Palácio Arquiepiscopal vai abrigar memorial da Igreja no Brasil

Visita ao Palácio Arquiepiscopal Foto Catiane Leandro (170)

O Palácio Arquiepiscopal, localizado na Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador, passa por um minucioso processo de restauro, e irá abrigar o Centro de Referência da História da Igreja Católica no Brasil. Para entregar o equipamento em dezembro de 2016, prazo para a finalização dos trabalhos, uma equipe formada por mais de 50 pessoas, entre pesquisadores, pedreiros, restauradores e outros profissionais coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) dedica-se a desvendar a História iniciada no século 18.

O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, considera que resgatar essa história é valorizar o esforço dos seus protagonistas. “Eu penso que é uma homenagem aos nossos antepassados que construíram esse ambiente com tanto esforço, carinho e dificuldade. O trabalho da igreja nesse torrão onde começou tudo no Brasil continua e está ligado à fé dos nossos antepassados”, afirma.

O consultor responsável pelo projeto museográfico do palácio, Luiz Fernando de Almeida, resume o objetivo de sua equipe: “a proposta é construir uma narrativa com essas historias todas: da Igreja, da Literatura, das Artes e da ocupação do território brasileiro”. Ele explica como é comprovado o fato de que ali é o lugar onde nasceu a Igreja no Brasil: “são indícios documentais, uma vez que esse edifício é construído no século 18 como sede da Igreja na Bahia, que na verdade dirigia a Igreja no Brasil e o nosso desafio é contar isso de maneira leve, estruturada, capaz de atrair as pessoas e fazer que elas compreendam mais a sua história”.

Outra dimensão do projeto é fazer do Palácio Arquiepiscopal um espaço de restauração, principalmente dos acervos documentais e móveis da Bahia. As imagens e materiais concentrados no Arquivo da Arquidiocese de Salvador, considerado o mais rico da América Latina, serão transferidos para os laboratórios do Centro de Referência, onde serão tratados e conservados.

Para tornar esse projeto possível, um investimento de R$ 18 milhões será captado, sendo metade desse valor já assegurada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A expectativa é de que entrem mais R$ 9 milhões de patrocinadores da iniciativa privada. Até o momento a empresa que entrou foi o banco Itaú”, afirma o gerente do Departamento Cultural do BNDES, Marcelo Goldenstein.