Presidência da CNBB participa de encontro dos bispos da região Nordeste

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participou do Encontro dos Bispos da Região Nordeste, realizado de 7 a 10 de agosto, em Fortaleza (CE). Cerca de 80 bispos, dos nove estados do Nordeste, estiveram presentes.

O encontro teve como o objetivo construir linhas comuns de evangelização para o Nordeste, além de fomentar a comunhão entre a CNBB e as dioceses e arquidioceses da Região. O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, disse que o encontro era uma necessidade para que os bispos dessa região se encontrassem. “Desde que eu era bispo de Fortaleza eu tinha o desejo de realizar um encontro como este”, disse o cardeal que foi bispo auxiliar da capital cearense de 2001 a 2007.

O arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger e o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner também participaram do evento que reuniu os bispos dos Regionais: Nordeste 1 (Ceará), Nordeste 2 (Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba), Nordeste 3 (Bahia e Sergipe), Nordeste 4 (Piauí) e Nordeste 5 (Maranhão).  Cinco secretários regionais, assessores e convidados também marcaram presença na atividade.

Na abertura, o arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, disse: “É uma graça muito grande ter aqui os representantes episcopais dos cinco regionais da CNBB que compõem a Região Nordeste” e convidou a todos se sentirem em casa.

Documento de Fortaleza  – O jornal O Povo, de Fortaleza, entrevistou dom Murilo Krieger sobre o encontro. Na matéria publicada no sábado, 11 de agosto, o jornal diz que o Documento de Fortaleza, uma série de dez diretrizes traçadas por 82 bispos do Nordeste que se reuniram esta semana na Capital, aponta que a Igreja Católica deve estar aberta ao diálogo ecumênico. A tolerância deve ser aplicada em âmbito inter-religioso e no respeito às particularidades vivenciadas nos estados que compõem a Região e aos modos particulares que o povo encontra de propagar a fé.

“Em nenhuma outra parte do Brasil a religiosidade popular é tão importante. Ela é a fé expressa à maneira do povo”, diz dom Murilo Krieger. Arcebispo de Salvador e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele apresentou à imprensa as orientações definidas no encontro, realizado no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU).

O respeito à identidade da fé é uma peculiaridade registrada pela carta. Para isso, os bispos citam no documento quatro representantes cearenses que são exemplos da manifestação da crença popular que leva à figura de Jesus Cristo. São a caridade e a defesa dos trabalhadores rurais do Padre Ibiapina; a esperança messiânica de libertação na construção de Canudos deixada por Antônio Conselheiro, a fé em Padre Cícero e a figura do profeta em dom Helder Câmara.

O documento é uma resposta à busca por uma Igreja missionária, que aja em defesa dos pobres e das pessoas que sofrem qualquer tipo de opressão, seja política, econômica ou religiosa. O pedido foi feito pelo papa Francisco, primeiro em carta divulgada em 2013 e, em seguida, em pronunciamentos. “É uma atenção maior à realidade das pessoas, dentro de um ensinamento do papa Francisco, que pede que a comunidade eclesial conviva e aprenda com o povo”, confirma dom Krieger.

O Nordeste tem várias peculiaridades, conta o bispo, e essas diferenças precisam ser compreendidas. “Jesus nos ensinou dois valores principais: o amor a Deus e o perdão. E cada comunidade vai buscar a sua realidade”.

Fonte: CNBB