Missa pelos 25 anos da morte de Irmã Dulce reuniu milhares de devotos no Santuário da Imaculda Conceição da Mãe de Deus

Missa2O Santuário da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, localizado no Largo de Roma, ficou repleto de fiéis no dia 13 de março. Durante todo o dia os devotos da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres se dirigiram ao local para agradecer a Deus e ao Anjo Bom da Bahia, no dia em que completava 25 anos do seu retorno para a Casa do Pai.

Para marcar a data, o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, presidiu a Missa Solene, que teve início às 17h. Além de padres da Arquidiocese de Salvador, a Celebração Eucarística foi concelebrada pelo bispo da diocese de Paulo Afonso, Dom Guido Zendron, pelo bispo da diocese de Irecê, Dom Tomasso Cascianelli, e pelo bispo da diocese de Grajaú, no Maranhão, Dom Rubival Cabral Britto.

Durante a homilia, Dom Murilo recordou o amor de Irmã Dulce no cuidado com os mais pobres. “Nós aprendemos que as obras de Deus devem ser reveladas, portanto, ao falar de Irmã Dulce, ao prestarmos essa homenagem a ela, estamos prestando uma homenagem ao Criador. O diferencial de Irmã Dulce foi o amor que ela colocou naquilo que ela procurou fazer a cada dia. Cabe-nos também, portanto, fazer florescer a sua herança, tomar consciência da herança e tentar desabrochá-la”, afirmou.

Entre os fiéis, pacientes do Hospital Santo Antônio, alguns deles em cadeiras de rodas, também participaram da Missa, que foi animada pela orquestra sinfônica do Centro Educacional Santo Antônio – também das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Antes da bênção final, o padre Antônio Maria prestou mais uma homenagem à Irmã Dulce, cantando a música “Anjo Azul dos Alagados”.

Irmã Dulce buscou na Eucaristia a força para se entregar a Jesus e por amor a Ele aos pobres. Irmã Dulce encontrou na Palavra de Deus o alimento do seu dia a dia. Irmã Dulce encontrou na oração, naquele encontro pessoal com Jesus a força para fazer o bem que ela sentia que devia fazer, disse Dom Murilo Krieger.

– Pétalas de rosasEntre lágrimas e súplicas, os devotos se ajoelhavam ou colocavam as mãos em cima do túmulo onde estão os restos mortais de Irmã Dulce. “Sempre que eu venho aqui, eu me sinto mais perto dela. Foi ela quem ajudou tantas e tantas pessoas aqui na Cidade Baixa e continua ajudando a todos através das Obras Sociais”, disse a aposentada Maria de Fátima da Conceição.

Ates do início da Missa, uma chuva de pétalas de rosas sobre o túmulo da Bem-Aventurada emocionou os presentes. “Irmã Dulce tem muita importância em minha vida. Sempre que eu me vejo em situação de perigo, eu recorro à intercessão dela”, disse o vendedor Idelfonso Araújo.

A Mãe dos Pobres – Entre os principais episódios que marcam os 25 anos de falecimento de Irmã Dulce, destaque ainda para a beatificação da religiosa, ocorrida no dia 22 de maio de 2011, em Salvador, ocasião em que passou a ser reconhecida também com o título de “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres”, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica. Atualmente, a freira baiana está em processo de canonização. Para ser canonizada (declarada Santa) é necessária a comprovação de mais um milagre atribuído à beata.

Antes da bênção final, a relíquia de Irmã Dulce foi introduzida no santuário para veneração
Antes da bênção final, a relíquia de Irmã Dulce foi introduzida no santuário para veneração

Nascida em 26 de maio de 1914, na cidade de Salvador, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes começou a manifestar interesse pela vida religiosa desde cedo, ainda no início da adolescência. Aos 13 anos de idade, já atendia doentes no portão de sua casa, no bairro de Nazaré. Em 1933, a jovem ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). No mesmo ano recebeu o hábito e adotou, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce. A trajetória do Anjo Bom da Bahia ficou caracterizada também pelo trabalho assistencial junto às comunidades carentes de Salvador, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe.

Fotos: Sara Gomes