Semana Santa 2016 – 1. Domingo de Ramos – 20.03.16 – Ano C
Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil
- Quem começou se dirigindo a nós, na Liturgia da Palavra, através da profecia de Isaias, foi o “Servo Sofredor”. É uma profecia feita 700 antes de Cristo sobre Jesus. O Servo descreve o que aconteceu com ele: foi surrado, insultado, esbofeteado, cuspido… Ele não reagiu. Como não lembrar essa profecia, vendo Jesus diante de Pilatos?… O Servo Sofredor diz palavras de conforto à pessoa abatida.
- Nós, seus discípulos, em cada situação difícil devemos olhar para o Senhor. Por exemplo,
– diante da experiência de dor vivida pela Igreja neste momento: perseguição em muitos países; erros de alguns de seus filhos. Vemos que levanta-se contra ela um ódio que é demoníaco. Mesmo assim, é sua missão dizer palavras de conforto às pessoas abatidas.
– diante da situação de nosso país. Quanto sofrimento! Quanto desrespeito à nossa dignidade de cidadãos! Quanto desemprego, quantos problemas no campo da saúde! Quantos confrontos e ameaças à paz! Mais do que nunca devemos olhar para o Servo sofredor que, ferido, dizia palavras de conforto às pessoas abatidas.
– com Ele, aprendemos que a violência não é a solução para nada; que a violência gera violência. Somos chamados a solucionar nossos problemas pela Lei (Constituição), pelos meios democráticos, pelo diálogo.
- Jesus, servo sofredor, esvazia-se, torna-se escravo, assume a morte e morte de cruz. Ele compreende as nossas dores. Mais do que nunca precisamos nos voltar para ele e lhe pedir: Piedade, Senhor, do povo brasileiro!
- É nossa vocação proclamar que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Proclamar isso por palavras e obras, dia por dia.
- Ouvindo a descrição da Paixão do evangelista Lucas, sentimo-nos motivados a reler esta passagem, a contemplá-la e a rezar, repetindo em nosso coração: Foi por mim que Jesus enfrentou tudo isso; foi por meus irmãos e irmãs…