A presença do Reino de Deus

A presença do Reino de Deus se manifesta no ministério de Jesus em suas palavras, ações e em sua oração.

Todos os sinais realizados por Jesus são expressão da presença amorosa de Deus em favor de seu povo. Ele veio para abolir os males da terra e para libertar as pessoas da escravidão do pecado, que sufoca a nossa vocação de filhos e filhas de Deus. Jesus manifestou a misericórdia de Deus aos pecadores e excluídos; comia e permanecia na companhia de gente menosprezada pela sociedade de seu tempo: publicanos ou cobradores de impostos, prostitutas, doentes, pessoas consideradas impuras ou pecadoras. A estas pessoas, dirigiu algumas de suas palavras como é o caso da parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32) por meio da qual ele mostrou o jeito de agir do pai misericordioso, recebendo com alegria e festa o filho que o abandonou, mas voltou arrependido.

A prova suprema do amor de Jesus pela humanidade é o sacrifício de sua própria vida em favor da remissão dos pecados do mundo. Em Jesus Cristo, a humanidade experimenta que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,15). A graça dada em Jesus Cristo inicialmente pelo sacramento do Batismo, rompe com o domínio do Pecado. Em Cristo, a vida é novamente proposta e retomada, transformando-se em experiência de serviço, amor e fraternidade, quanto se vivencia, nesta terra, a peregrinação rumo ao Reino definitivo da vida plena, vivida no amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Jesus veio humanizar, libertar e salvar o ser humano. No ambiente religioso que tomava como absoluto os preceitos da Lei, do templo e do sábado, ele os relativiza, colocando o ser humano em primeiro lugar. Ele anuncia que a Lei dos antigos adoradores não mais adorarão em lugares específicos, mas adorarão ao Pai em espírito e verdade e que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.

Jesus ensinou aos discípulos como orar. Certo dia, quando terminava sua oração, um discípulo pediu-lhe que os ensinasse a orar. Jesus, assim, ensinou: “Pai, santificado seja teu nome; venha o teu Reino…” (Lc 11, 1-4). Não era apenas uma fórmula para ser decorada e recitada, mas um programa de vida a ser utilizado a cada dia. Jesus ensinou os discípulos a vivenciar a mesma intimidade que ele tinha com o Pai. No cultivo desta intimidade filial com o coração do Pai pelo Filho no Espírito Santo, ensinada e vivida por Cristo, Filho amado, dá-se o encontro gracioso da humanidade com seu Deus.

Este encontro é o acontecimento que caracteriza a busca da santidade de vida. Pela graça de Deus, quem a recebe na sua liberdade, com docilidade e abertura, deixa-se por ela conduzir. Deste modo, o esforço humano para o bem é fecundado e sustentado pela graça de Deus que vence o pecado

Texto retirado do livro “Sou Católico, vivo a minha fé”, páginas 42, 43 e 44.