“Aquele que é maior se deve fazer como o menor”, disse dom Geraldo Lyrio no retiro dos bispos

Retiro-bispos-2015-2-300x199A missão de governar e a vocação à santidade foram os dois focos das pregações, na manhã deste domingo, 19, durante o retiro dos bispos, que teve como tema “O múnus episcopal à luz do Vaticano II”. O evento é parte da programação da 53ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida, de 15 a 24 de abril.  O retiro foi conduzido pelo arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha. Na reflexão, dom Geraldo afirmou que “os bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo, por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve”.

Dom Geraldo também falou aos bispos sobre a simplicidade. Disse que é outra lição que a Igreja deve lembrar e que não pode afastar-se.  “Às vezes, perdemos aqueles que não nos entendem, porque desaprendemos a simplicidade, inclusive importando de fora uma racionalidade alheia ao nosso povo. Sem a gramática da simplicidade, a Igreja se priva das condições que tornam possível ‘pescar’ Deus nas águas profundas do seu Mistério”, disse.

Ao recordar o episódio de Emaús, o arcebispo de Mariana ressaltou que hoje há muitos que são como os dois discípulos. “E não apenas aqueles que buscam respostas nos novos e difusos grupos religiosos, mas também aqueles que parecem já viver sem Deus tanto em teoria como na prática”, acrescentou.  Segundo dom Geraldo, “faz falta uma Igreja que não tenha medo de entrar na noite deles (…) capaz de encontrá-los no seu caminho”. Para o arcebispo, a Igreja precisa dialogar “com aqueles discípulos, que, fugindo de Jerusalém, vagam sem meta, sozinhos, com o seu próprio desencanto, com a desilusão de um cristianismo considerado hoje um terreno estéril, infecundo, incapaz de gerar sentido”.

Vocação à Santidade

O orientador do retiro falou, ainda, sobre a vocação à santidade. “A santidade do bispo terá de ser sempre vivida com o povo e para o povo, numa comunhão que se torne estímulo e mútua edificação na caridade”, disse. Conforme o arcebispo, no tempo atual marcado pelo “fazer por fazer”, o bispo deve ser o primeiro a mostrar, com o exemplo da sua via, que é preciso restabelecer o primado do ‘ser’ sobre o ‘fazer’”.

Ao final, exortou aos bispos para que “desempenhem o próprio ministério santamente e com alegria, com humildade e fortaleza” e para que, ao realizarem a tarefa da caridade pastoral, “suscitem na Igreja, também com o seu exemplo, uma santidade cada vez maior”.