Reunidos em Salvador, onde participam da 61ª Assembleia de Pastoral do Regional Nordeste 3, arcebispos, bispos, coordenadores arqui(diocesanos) de Pastoral e coordenadores regionais de pastorais refletem, até o dia 29 de agosto, sobre o tema “Igreja, escola de oração, sinal de esperança e caridade”. Nesta terça-feira (27), o encontro, que acontece no Centro de Treinamento de Líderes, teve início com a Celebração Eucarística com Laudes, presidida pelo bispo emérito da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Dom Armando Bucciol [clique aqui e veja a galeria].
Em seguida, os participantes se dirigiram ao auditório, onde foram acolhidos pela presidência, formada por Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, presidente; por Dom José Genivaldo Garcia, vice-presidente; e por Dom Dorival Barreto, secretário. Como parte da programação, o coordenador de Pastoral do Regional, padre Jailson de Jesus, fez uma retrospectiva acerca da caminhada a partir da última assembleia, que foi realizada em 2023. A manhã foi concluída com a Análise de Conjuntura Eclesial realizada pelo subsecretário de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Jânison de Sá. “Inicialmente, nós trabalhamos uma Análise de Conjuntura Eclesial, percebendo assim as mudanças ocorridas em relação à ética religiosa que têm ocorrido na sociedade, e isso tem provocado incompreensões em nossas ações pastorais e evangelizadoras. Por isso, foi importante conhecer, refletir e buscar caminhos”, disse.
Os participantes da Assembleia também tiveram a oportunidade de saber mais sobre a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), que é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. O tema foi abordado pela desembargadora, Dra. Joanice Maria Guimarães, que explicou sobre a atuação da APAC nos presídios, operando como entidade auxiliar dos poderes Judiciário e Executivo para o cumprimento da pena, mas, ao mesmo tempo, promovendo a humanização das prisões. Além de oferecer um método de valorização humana lado a lado com a evangelização, a APAC visa evitar a reincidência no crime, bem como oferece alternativas para a recuperação do condenado.
“A APAC é uma nova metodologia que trabalha a humanização dos condenados com o objetivo de recuperá-los, para que essas pessoas voltem à sociedade mais preparadas, com trabalho, com estudo, com organização, ao lado de suas famílias, e eles são apoiados por essa instituição que dá corpo a toda lei de execuções penais. A APAC cumpre fielmente o objetivo da lei, que é, além de dar cumprimento às penas, fazer a ressocialização dos sentenciados, que são chamados de recuperandos. Com isso, eles recuperam a dignidade, a autoestima e pagam perante a comunidade através da responsabilização com relação à vítima, que não é esquecida e está incluída no programa. A APAC abarca todas as dimensões que dizem respeito ao delito, para que seja minimizado todo o sofrimento que foi causado através da recuperação não só do condenado, mas na reparação da vítima também. A Igreja pode contribuir como sempre contribuiu, através da missão da Pastoral Carcerária, que dá todo o apoio”, disse a desembargadora.
O assessor do Setor Cultura e do Setor Bens Culturais da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Luciano da Silva Roberto, levou informações importantes à Assembleia de Pastoral do Regional Nordeste 3, acerca do patrimônio eclesiástico tombado, no Brasil, mas, sobretudo na Bahia e em Sergipe. Na oportunidade, foi apresentada uma pesquisa realizada e organizada pelo sacerdote, através de dados coletados junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e das informações das arquidioceses e dioceses dos 19 Regionais da CNBB.
De acordo com esta pesquisa, na região Nordeste do país são 182 bens eclesiásticos tombados e 241 bens seculares, o que corresponde ao total de 425. Já na Bahia, são 73 bens eclesiásticos e 120 bens seculares – com o total de 193; e em Sergipe são 18 bens eclesiásticos tombados e 12 bens seculares, o que corresponde a 27, no total. O padre Luciano também sanou dúvidas e ofereceu algumas orientações quanto à questões relacionadas ao patrimônio histórico, sobretudo àqueles tombados.
O dia de trabalhos foi encerrado por volta das 21h. Antes, o secretário do Regional, Dom Dorival Barreto, apresentou, oficialmente na noite de ontem (27), o Regulamento do Conselho Episcopal Regional (CONSER) – Regional Nordeste 3, aos membros da Assembleia de Pastoral que acontece em Salvador. O documento tem presente o Código de Direito Canônico, cân. 07, o Estatuto Canônico da CNBB, art. 39, letra c, e o Regimento Interno da CNBB, art. 169, letra c.
Dividido em 15 capítulos, o Regulamento dispõe sobre a natureza, fins e missão do CONSER; a constituição, organização e competência; as assembleias, a participação e representação no Conselho Permanente. O documento apresenta, ainda, informações sobre a presidência, com suas competências, bem como sobre a constituição do Conselho Episcopal Pastoral (CEP).
O Secretariado Regional, órgão executivo permanente à serviço da coordenação, da continuidade e eficiência das atividades do CONSER/NE3, também foi contemplado no Regulamento, que trata ainda sobre os sub-regionais, as Comissões Pastorais, o serviço de contabilidade, o conselho fiscal, a administração dos bens e os bispos eméritos.
Fonte: CNBB Regional Nordeste 3
Fotos: Sara Gomes