Cardeal Dom Sergio da Rocha presidiu Te Deum em preparação ao 2 de Julho

Como parte das celebrações pela Independência do Brasil na Bahia, o Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, presidiu, na manhã desta terça-feira (1º), a tradicional cerimônia do Te Deum, realizada na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador. A celebração teve início às 9h e reuniu autoridades civis, militares e representantes de diversas instituições da sociedade baiana.

No altar, ao lado de Dom Sergio estiveram alguns sacerdotes, entre eles o cura da Catedral, cônego José Abel Pinheiro, o capelão da Marinha, padre João Ricardo de Oliveira Ventura, e o capelão do Exército, padre Daniel Francisco de Sousa, além de diáconos permanentes. Na assembleia, estiveram presentes militares das três Forças Armadas — Aeronáutica, Exército e Marinha —, bem como membros das Forças Auxiliares, como a Polícia Militar e Bombeiros.

Nesta celebração, Dom Sergio destacou a relevância histórica da data e reforçou a importância de valorizar a memória da participação baiana na luta pela emancipação política do Brasil. Segundo o Cardeal, o 2 de Julho de 1823 é motivo de alegria e orgulho, especialmente para o povo baiano.

“O Te Deum é sempre um reconhecimento da presença amorosa de Deus na nossa vida, na nossa história. Nesse caso, em especial, nós reconhecemos que Ele é o Senhor da História. Por isso que a Ele nós dirigimos o nosso louvor, nossa gratidão. Mas nessa ocasião, nós também louvamos a Deus pela Independência do Brasil na Bahia. Essa aqui é a razão de ser do Te Deum, que é aqui rezado, aqui cantado desde 1823. Nós fazemos memória agradecendo aqueles personagens mais conhecidos que atuaram na independência, como Maria Filipa lá na Ilha Itaparica, Madre Joana Angélica, Maria Quitéria, mas também nós fazemos memória e agradecemos a Deus por tantos heróis e heroínas anônimos, quanta gente que naquela época contribuiu para que fosse alcançada a independência. Temos aí os chamados caboclos, os indígenas, os que eram mestiços, os negros, temos os soldados, enfim, muita gente cujo nome não está identificado, mas que tiveram uma atuação muito grande”, disse Dom Sergio.

Durante a celebração, o Santíssimo Sacramento foi exposto para adoração. Os cantos litúrgicos foram entoados pelo coral da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, sob regência do maestro Ruffino. É importante destacar que o Te Deum é um hino tradicional da Liturgia das Horas, rezado aos domingos e nas solenidades. Composto por Santo Ambrósio e Santo Agostinho, no ano 387, em Milão, o cântico une louvor e súplica, proclamando: “Nós Vos louvamos, ó Deus, nós Vos bendizemos, Senhor. Toda a terra Vos adora”. Em seu desfecho, destaca-se o clamor por perdão e misericórdia: “Tende piedade de nós, Senhor. Desça sobre nós a tua misericórdia”.

“Nós, de modo especial, sabemos que contribuímos também para que a liberdade fosse conquistada. Porém, é uma longa tarefa, é um longo caminho a construir. Nós continuamos a ter tantas situações em que as pessoas estão precisando de vida digna, de liberdade, de fraternidade, de paz. Nós precisamos superar situações de pobreza, de violência. Por isso, temos uma tarefa muito grande. Aqueles que contribuíram no primeiro momento da independência nos deixaram o exemplo, e nós também devemos nos dedicar com esforço, com sacrifício, com generosidade pelos nossos irmãos”, afirmou o Cardeal.