
Os arcebispos e bispos brasileiros participaram, de 19 a 28 de abril, da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB). Da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, estiveram presentes o Cardeal Dom Sergio da Rocha, e os bispos auxiliares, Dom Valter Magno de Carvalho e Dom Dorival Barreto, que foi nomeado como novo secretário da CNBB Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe).
Neste período de Assembleia, Dom Sergio também viajou para Roma, onde participou da primeira reunião do Conselho de Cardeais, com o Papa Francisco. Para falar sobre estes dois momentos importantes, a equipe do Setor de Comunicação entrevistou o Cardeal Primaz do Brasil. Confira:
Setor de Comunicação – Dom Sergio, como o senhor analisa o retorno presencial da Assembleia Geral?
Cardeal Dom Sergio da Rocha – O retorno à Assembleia completamente presencial era muito esperado pelo episcopado. Nós retornamos à Aparecida agradecendo a Deus pela superação da fase mais dura da pandemia, com a alegria de reencontrar os bispos e os romeiros no Santuário Nacional de Aparecida. É uma grande família que se reúne na casa da Mãe, desejosos do reencontro. O clima foi bastante fraterno, de muita oração, estudo e diálogo. Sabemos que sem a graça de Deus não podemos cumprir bem a nossa missão. Por isso, tivemos a missa diária, a Liturgia das Horas, o rosário, a celebração penitencial e o retiro.
Setor de Comunicação – Quais foram os assuntos principais tratados durante esta edição da AG CNBB?
Cardeal Dom Sergio da Rocha – A Assembleia da CNBB é sempre um espaço muito importante e agradável de convivência fraterna. Não é um encontro apenas para estudo e elaboração de documentos pastorais. Os bispos têm uma oportunidade especial de compartilhar as alegrias e os desafios da missão e de pensar juntos o caminho a seguir na evangelização em nossas Dioceses. Os assuntos são sempre numerosos. Nesta Assembleia, nos dedicamos de modo especial a atualizar as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio e a eleger os novos dirigentes da CNBB e também os representantes para o Sínodo dos Bispos, que acontecerá em outubro deste ano. Graças a Deus, as eleições transcorreram de modo bastante fraterno e respeitoso, entendendo que cada cargo é um serviço a ser prestado com humildade e dedicação e não uma honraria, conforme nos recorda sempre o Papa Francisco. Os nossos sentimentos são de sincera gratidão aos que concluem o mandato e de esperança acompanhada da oração e do apoio fraterno aos que assumem a presidência e as outras funções da CNBB.
Setor de Comunicação – Que mensagem o senhor gostaria de deixar a todo o povo de Deus que acompanhou a Assembleia?
Cardeal Dom Sergio da Rocha – Agradeço muito aos nos acompanharam com suas orações, nestes dias da Assembleia, pedindo que rezem sempre por nós bispos, pelo Papa e pela Igreja no dia a dia. Necessitamos muito das orações de todos. Procuremos caminhar unidos, como tem ressaltado o Papa Francisco. A comunhão que deve reinar na Igreja é sempre sustentada pela graça de Deus e, portanto, alimentada pela oração.
Setor de Comunicação – Nestes dias, o senhor precisou ir à Roma, onde participou da primeira reunião, após da reformulação, do Conselho de Cardeais. Como foi este momento?
Cardeal Dom Sergio da Rocha – Durante a Assembleia da CNBB necessitei viajar a Roma para participar da reunião do Conselho de Cardeais, do qual sou membro, que ocorreu nos dias 24 e 25, retornando logo em seguida para Aparecida para continuar a participar da Assembleia. Somos um grupo de nove cardeais provenientes dos diversos continentes, chamados a colaborar com o Papa Francisco no discernimento de questões que ele considerar conveniente propor, em vista da missão da Igreja no mundo de hoje. Embora eu não seja propriamente um representante do Brasil ou da América Latina, no Conselho de Cardeais, levo comigo a vida e a missão da Igreja no país e no continente e procuro compartilhar as experiências pastorais e reflexões considerando a nossa realidade eclesial. No caminho sinodal que temos percorrido, o Conselho de Cardeais pode ser visto como um instrumento valioso de comunhão e participação, em vista da missão. Procuro assumir essa função com espírito de serviço e de corresponsabilidade, colaborando o melhor possível para promover a comunhão na Igreja, especialmente a unidade com o Papa Francisco.