Os assuntos abordados no Sínodo dos Bispos, realizado no mês de outubro, em Roma, foram destacados na manhã de hoje (7), durante a Assembleia do Conselho Regional (CONSER), pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, e pelo bispo da Diocese de Camaçari, Dom Dirceu de Oliveira Medeiros. Os prelados estiveram entre os bispos brasileiros no Sínodo, momento que foi marcante na história da Igreja.
“Nós estamos no meio de uma etapa do Sínodo, na primeira sessão. Temos que lembrar sempre que não há um documento final, há um relatório de síntese; e esta síntese, tudo indica que não será utilizada como Instrumentum laboris. Está se preparando algo mais simplificado, um texto mais resumido, porque a intenção é voltar a se discutir sobre os temas nas dioceses, ou ao menos nas Conferências Episcopais, ou se possível nas Conferências Continentais, e assim por diante”, disse o Cardeal.
Segundo ele, o texto da síntese servirá de referência e na comunhão eclesial será acolhido o que está sendo proposto, uma vez que é fruto não só do trabalho que está sendo realizado nessa sessão da Assembleia Sinodal, mas de todo o caminho percorrido. “Não foi possível acolher os temas todos que foram enviados por todos os países, mas se procurou acolher o máximo”, afirmou Dom Sergio.
Do Brasil, oito bispos estiveram presentes, sendo cinco delegados da Conferência Episcopal, entre eles Dom Dirceu. Já Dom Sergio esteve com membro do Conselho do Sínodo; Dom Jaime Spengler esteve como membro do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM); e o Cardeal Dom João Braz de Aviz, como prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Também estiveram presentes, do Brasil, três padres e duas leigas.
“Nós estamos a caminho e talvez a imagem da tenda fale mais do que a imagem da casa. Quando falamos de casa, é alguma coisa mais fixa, mais definida. Quando falamos de tenda, é algo que está em construção. Uma coisa interessante que o Papa disse à certa altura me chamou atenção: ‘no Sínodo ou na Sessão Sinodal como um sinal profético. Enquanto o mundo está submerso em conflitos, em guerras, a Igreja então tem se esforçado para promover o diálogo interno, o acompanhamento e a comunhão na pluralidade’. Este é um gesto profético que deve ressoar dentro da Igreja, mas também para além dos seus muros”, disse Dom Dirceu.
Recordando o retiro espiritual que os bispos sinodais vivenciaram, Dom Dirceu destacou que ouviu que o Sínodo também é o lugar para a amizade. “Parece até simplista e uma ideia rasa, mas precisamos da amizade com Jesus e da amizade entre cada um de nós. Neste tempo que nós estamos vivendo, precisamos recordar dessas coisas que parecem óbvias, mas que o mundo tem esquecido de vivê-las, e o fato de que somos todos irmãos”, afirmou.
O Sínodo dos Bispos também teve algumas peculiaridades, que foram destacadas durante o Conser. “Esse foi um Sínodo um pouco atípico. O tema, por exemplo, é muito abrangente. Além disso, ele é atípico porque 25% das pessoas que ali estavam eram leigos com direito a voto. A presença dos leigos não é novidade, o que é novidade é a faculdade de votar”, disse Dom Dirceu.
Os temas trabalhados no Sínodo também foram destacados durante a manhã de hoje, quando Dom Sergio e Dom Dirceu partilharam pontos importantes com os bispos do Regional. Os prelados presentes tiveram, ainda, a oportunidade de, como irmãos, dirigir perguntas àqueles que vivenciaram de perto a primeira sessão sinodal.
Fotos: Sara Gomes