Deixar o bairro ainda mais florido e garantir hortaliças para servir à comunidade. Estes foram os impulsos que moveram paroquianos da Paróquia Nossa Senhora dos Alagados e São João Paulo II. A Matriz, localizada no alto de uma colina, agora está muito mais colorida e o verde pode ser visto de longe.

Para falar sobre esta iniciativa que, em meio a tantas dores e tristezas causadas pela pandemia, tem levado esperança aos moradores do bairro do Uruguai, em Salvador, a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Salvador entrevistou o pároco, padre Thomas Marie Xavier Guist’hau. Confira:

Pastoral da Comunicação – Como surgiu a ideia de plantar flores na colina que fica no entorno da Igreja?

Padre Thomas Marie Xavier Guistt’hau – Na frente da igreja Matriz, há uma parte da colina que nunca foi utilizada, devido à topografia complicada do terreno. Como a colina paroquial é o único lugar de vegetação no bairro, nós pensamos que era bom desenvolver esse aspecto, para oferecer um lugar mais acolhedor aos moradores do bairro.

Pastoral da Comunicação – Soube que também está sendo feita uma horta. Neste caso, as hortaliças estão sendo distribuídas para a comunidade?

Padre Thomas – A gestão de uma horta comunitária é bem complicada. Aqui a escolha foi diferente: o que for produzido servirá para as obras sociais da paróquia. No caso, as refeições do Reforço escolar, a sopa distribuída a cada 15 dias no fim de linha… Assim as hortaliças têm vocação a servir a comunidade toda, porém a paróquia fica com a responsabilidade da produção.

Pastoral da Comunicação – Quais são as hortaliças e as flores plantadas?

Padre Thomas – Ajudados por profissionais, nós escolhemos flores resistentes como chapéu de couro, cravo, celosia (chamada também de veludo). Do lado da horta, por enquanto, estamos na fase de preparação do terreno. Por exemplo, estamos construindo um sistema de recuperação da água de chuva que cai no telhado da Igreja Matriz.

Pastoral da Comunicação – O que esta iniciativa está representando para a comunidade e como ela tem sido recebida?

Padre Thomas – Essa iniciativa pode se tornar muito ampla. O objetivo não é só fazer uma produção. Em colaboração com as obras sociais que já estamos desenvolvendo há anos, queremos fazer da horta um lugar pedagógico, para as crianças, os adolescentes e também os adultos. Daqui a pouco poderia se tornar um lugar de formação profissionalizante.

Esse projeto é uma maneira de valorizar o que já temos. As pessoas estão gratas por isso. Hoje em dia já tem mais famílias que estão subindo sobre a colina para curtir o lugar. Elas se sentem mais seguras, num lugar bem cuidado.

Pastoral da Comunicação – As flores sempre nos levam a pensar em coisas belas e boas. Assim, gostaria de saber: padre, o senhor considera que esta iniciativa pode ajudar a mudar a realidade do bairro do Uruguai?

Padre Thomas – O jardim de flores fica embaixo da ladeira da colina, perto da quadra, num lugar muito frequentado pelo povo. Tudo mundo quer contemplar essas flores. Para a maioria, é a primeira vez que estão vendo tantas flores num lugar só! Com certeza isso toca os corações, e os vizinhos já estão querendo plantar flores também!

Por enquanto essa iniciativa é bem pequena, mas eu acredito que se o povo abraçar, ela pode se tornar uma fonte de paz e de alegria para o bairro todo.

Confira outras fotos (imagens: Arquivo da Paróquia Nossa Senhora dos Alagados e São João Paulo II):