Pálio que será entregue ao Cardeal Dom Sergio da Rocha foi abençoado pelo Papa Francisco nesta segunda-feira (29)

Imposição do Pálio no Cardeal decano do Colégio dos Cardeais – Foto: Vatican News

Na manhã desta segunda-feira, dia 29 de junho – Solenidade de São Pedro e São Paulo – o Papa Francisco abençoou, no Vaticano, os Pálios que serão entregues aos 54 Arcebispos Metropolitas nomeados no decorrer do último ano. Entre eles estão quatro brasileiros: o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha; o Arcebispo de Vitória da Conquista, Dom Josafá Menezes da Silva; o Arcebispo de Santarém, Dom Irineu Roman; e o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner. Este ano, devido à pandemia, o Papa Francisco impôs o Pálio no decano do Colégio dos Cardeais, Cardeal Giovannu Battista Re, em nome de todos os Arcebispos que receberão a vestimenta posteriormente.

Derivado do latim (pallium), o Pálio é uma vestimenta litúrgica que consiste em uma faixa de lã branca. Possui cerca de cinco centímetros de largura, dois apêndices (um na frente e outro nas costas) e seis cruzes bordadas com lã preta, que simbolizam a unidade em torno do Papa, o sucessor de Pedro, e lembram as feridas de Cristo. O Pálio é cortado, na frente e atrás, com três alfinetes de gema aciculada. A vestimenta lembra a letra “Y”.

Somente o pontífice, os cardeais e os bispos metropolitanos e primazes recebem o Pálio. Esta faixa de lã, colocada sobre os ombros, representa a ovelha carregada pelo pastor. Desta forma, pode-se dizer que o Pálio simboliza a missão pastoral e, no caso dos arcebispos metropolitanos, como Dom Sergio, de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.

Como é confeccionado o Pálio?

Para a confecção do Pálio, dois cordeiros são criados pelos monges trapistas da Abadia de Ter Fontane, em Roma, para, no dia 21 de janeiro – data em que a Igreja celebra a Festa de Santa Inês –, serem abençoados pelo Abade Geral dos Cônegos Lateranenses, conforme acontece desde 1644.

Em seguida, os cordeiros são conduzidos até o Papa, no Palácio Apostólico e, posteriormente, às freiras de clausura no Convento Santa Cecília, em Trastevere, Roma. São elas que tecem e costuram a vestimenta. Após serem confeccionados, os pálios são armazenados na Basílica São Pedro, em Roma, aos pés do altar central, próximo ao túmulo de Pedro, discípulo de Jesus. A Solenidade de entrega do Pálio aos novos arcebispos acontece sempre no dia 29 de junho de cada ano, durante a Solenidade de São Pedro e São Paulo.

Colunas da Igreja

De acordo com o Vatican News, cerca de 90 fiéis participaram da Celebração, com os devidos cuidados para evitar nova onda de contágios por coronavírus. Durante a homilia, o Papa Francisco destacou a familiaridade que unia Pedro e Paulo. “Duas pessoas muito diferentes, mas que sentiam-se irmãos, como numa família unida onde muitas vezes se discute, mas sem deixar de se amarem”, uma familiaridade que “não provinha de inclinações naturais, mas do Senhor. Ele não nos mandou agradar, mas amar. É Ele que nos une, sem nos uniformizar. Nos une nas diferenças”, afirmou o pontífice.

Em meio a perseguições, os primeiros cristãos não pensam em fugir ou salvar a própria pele, “mas todos rezam juntos” – recordou o Papa – enfatizando que “a unidade é um princípio que se ativa com a oração, porque a oração permite ao Espírito Santo intervir, abrir à esperança, encurtar as distâncias, manter-nos juntos nas dificuldades”, disse.

“Como o Senhor transformou Simão em Pedro, assim chama a cada um para fazer de nós pedras vivas, com as quais construir uma Igreja e uma humanidade renovadas. Há sempre quem destrua a unidade e quem apague a profecia, mas o Senhor acredita em nós e pede-te: «Queres ser construtor de unidade? Queres ser profeta do meu céu na terra?». Deixemo-nos provocar por Jesus e ganhemos a coragem de Lhe dizer: «Sim, quero!».

Fotos: Vatican News