A manhã do último sábado (22) foi marcada por muita emoção para todo o clero e para os fiéis que estiveram presentes na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador – Igreja Mãe de todas as paróquias da Sé Primacial. Pelas mãos do Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, quatro jovens tornaram-se sacerdotes para sempre: Alexandre de Oliveira, Luciano Alano, Paulo Henrique e Rafael de Aragão receberam o segundo grau do Sacramento da Ordem, em Missa que teve início às 9h, e foi concelebrada pelos bispos auxiliares e por padres das mais diversas comunidades.
A primeira parte do Rito da Ordenação presbiteral consistiu na chamada e apresentação dos candidatos ao sacerdócio, feita pelo diácono Nelson Barbosa; em seguida, o Cônego Alberto Montealegre, na qualidade de Reitor do Seminário São João Maria Vianney, fez o pedido de ordenação ao Cardeal. Logo após, através da homilia, o Cardeal se dirigiu aos Eleitos e ao povo: “A Palavra de Deus proclamada nos ilumina nesse momento de reflexão sobre a identidade e a missão dos sacerdotes. Com o auxílio das leituras da Palavra de Deus, procuremos refletir sobre quem é o padre, qual é a sua missão, como viver o seu sublime ministério. Iluminados pela profecia de Isaías, podemos dizer que o padre é chamado a ser sacerdote da misericórdia. Os que recebem a graça da Ordenação Sacerdotal sejam reconhecidos como padres misericordiosos, que vivem da misericórdia divina e da misericórdia para com o próximo sofredor, sempre prontos a receberem ou a darem o perdão”, disse.
“Sejam os presbíteros cheios de compaixão, que abraçam generosamente a missão tão bela e exigente descrita pelo profeta Isaías e cumprida plenamente por Jesus. Segundo as palavras que ouvimos: levar a Boa Nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos, consolar os que choram e proclamar o tempo da graça. Queridos irmãos que estão sendo ordenados presbíteros, sejam instrumentos e sinais da misericórdia de Deus na Igreja e no mundo. Os pobres estão à espera da Boa Nova, os de coração ferido estão esperando por alguém que suavize as suas chagas, os cativos necessitam de liberdade, os que choram esperam por quem os console: todos anseiam pelo tempo da graça”, disse Dom Sergio durante a homilia.
Os candidatos ao sacerdócio, diante do Arcebispo, fizeram o chamado Propósito dos Eleitos, que consiste na disposição como cooperadores fiéis da Ordem episcopal em apascentar o povo de Deus, como anunciadores da palavra de Deus e como ministros dos sacramentos, características do tríplice múnus de ensinar. Em seguida, prostraram-se ao chão em sinal de entrega total da vida a Deus. Enquanto isso, os fiéis entoaram a Ladainha de Todos os Santos, rogando a Deus, a Virgem Maria e aos santos que intercedam pelos Eleitos. “A Ordenação dos nossos quatro novos padres é motivo de grande alegria e de gratidão a Deus, pois aqueles que recebem este dom são motivos de esperança para a nossa Igreja. Ordenar novos padres é colher frutos de um trabalho longo, que tem sido feito, com as bênçãos de Deus, em nossos seminários, mas, antes, nas nossas paróquias. Nós olhamos para frente com responsabilidade, sabendo que, se queremos novos padres, devemos rezar pelas vocações, como sempre fazemos, seja pelos vocacionados, como os seminaristas em formação, seja aqueles que já receberam esta graça: os nossos padres precisam da oração, da presença amiga, do apoio fraterno e da colaboração pastoral. Eu agradeço a todos e peço a Deus que abençoe a toda a nossa Igreja, que já está sendo abençoada com essa Ordenação, e que continue a derramar as Suas bênçãos, despertando vocações em nossa Igreja”, afirmou o Cardeal.
Em silêncio, os jovens receberam a imposição das mãos do Arcebispo e dos padres. Terminada a Prece de Ordenação, foram retiradas as vestes diaconais e os novos padres foram revestidos com a estola sacerdotal (faixa colocada no ombro formando duas linhas horizontais) e a casula, vestes próprias do grau do presbiterado. Seguindo o rito próprio da Ordenação Presbiteral, o Arcebispo ungiu as mãos de cada um e envolveu-as com uma faixa branca, que foi desatada por aqueles a quem o neo-sacerdote deseja dar a sua primeira bênção sacerdotal, os pais, na maioria das vezes. Após o Cardeal, os padres presentes, como sinal de acolhida no presbitério, beijaram as mãos e saudaram os neo-sacerdotes.
Fotos: Sara Gomes