Confira o Evangelho do 4° Domingo do Advento (22 de dezembro) e a homilia preparada pelo pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento (Itaparica), assistente eclesiástico e coordenador da Pastoral da Comunicação (Pascom), padre Rosalvo Marcelino Humildes Júnior:

Evangelho (Lc 1,39-45)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas

— Glória a vós, Senhor.

Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Reflexão:

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Meus irmãos (ãs), estamos iniciando e concluindo, ao mesmo tempo, um ciclo neste novo Ano Litúrgico. Após a Solenidade de Cristo Rei, o domingo seguinte dá início ao Advento, um tempo forte que nos convida à prudência, espera e vigilância, pois o Menino Deus está para chegar. Devemos estar preparados para este momento de graça e de bênçãos. O Advento também é uma oportunidade que nós temos para refletirmos sobre a segunda vinda do Senhor, a definitiva. Mais do que nunca, busquemos a vigilância e a prudência, a fim de habitarmos, junto com o Mestre, no Reino que foi preparado para todos nós. Em nossas comunidades paroquiais, alguns elementos se destacam no Advento. Uma delas é a coroa com quatro velas, representando cada domingo que antecede o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje, iremos acender a quarta vela, concluindo, então, este ciclo, cujo objetivo é nos preparar para a vinda do Senhor.

Hoje, a Liturgia nos convida a meditarmos a Profecia de Miqueias, na 1ª leitura (Mq 5, 1-4a), a Carta aos Hebreus, na 2ª leitura (Hb 10, 5-10) e o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1, 39-45). Que estes trechos bíblicos nos ajudem a compreender o mistério que nós estamos celebrando, buscando viver o Natal como a mais pura e verdadeira experiência do amor de Deus por nós.

1ª leitura: o trecho bíblico da Profecia de Miqueias, que se encontra na Liturgia de hoje, fala de um soberano que nascerá em Belém, pequenina entre os mil povoados de Judá. A vitória não surgirá na capital, do centro do poder, mas de um pequeno vilarejo, assim como aconteceu com o Rei Davi. Belém também é a cidade natal de Davi, mostrando, mais uma vez, a perfeição no projeto divino em sua aliança conosco. O Senhor foi fiel à promessa davídica, conservando-lhe um descendente no trono. A profecia nos mostra que o Messias se encarna no meio dos pobres e, também no meio deles, traz plenitude de vida e salvação para todos.

2ª leitura: hoje, a Carta aos Efésios nos mostra a parte central do texto, cujo objetivo é nos apresentar o valor do sacrifício de Cristo. Jesus nos mostra a incapacidade dos sacrifícios e oferendas antigas em libertar as pessoas de seus pecados:

“O sangue dos sacrifícios que ela prescreve – imolação de touros e bodes – é incapaz de eliminar os pecados do povo; os sacerdotes que presidem esses sacrifícios são incapazes de eliminar os pecados. Isso deveria ser motivo de consternação e desânimo para a comunidade cristã, se Deus não tivesse, em Jesus, apresentado a definitiva novidade libertadora”

Jesus Cristo, Sumo e eterno Sacerdote, é a oferta que agrada o Pai e salva a humanidade. É o sacrifício perfeito, que ofereceu a todos a graça de, um dia, habitar na Jerusalém Celeste.

Evangelho: o trecho bíblico de hoje é conhecido como “a visita de Maria à Isabel”. É a visita de duas mães que experimentaram a experiência do amor de Deus em suas gestações. Isabel, uma idosa e estéril, experimentou a alegria da maternidade através da misericórdia divina. Maria, através de sua obediência, nos ensinou como acolher um pedido de Deus, nos presenteando com o nosso salvador. O dom da fecundidade que o Senhor ofereceu às duas mães corresponde ao caminho que nós devemos abraçar: nossa missão deve ser fecunda, deve produzir frutos, a fim de que todos, através de nossa experiência de fé, busquem trilhar os passos em direção ao Messias.

Não posso deixar de destacar a alegria de João Batista no ventre de Isabel. A sua alegria corresponde com o que eu ouvia de alguns professores de Teologia, na sala de aula: João foi o último profeta do Antigo Testamento e o único que teve a graça de conhecer quem ele anunciava. Nenhum profeta teve esta oportunidade, de conhecer o Cordeiro de Deus que veio tirar os pecados do mundo.

Isabel proclama Maria como bendita e bem aventurada. Bendita porque Maria é missionária: disse SIM ao projeto de Deus, caminhou com Jesus e foi um grande modelo de quem ouvia a voz do Mestre e colocava em prática os seus ensinamentos. Bem aventurada, pois ela acreditou na Palavra do Senhor (de tal modo que ela foi, desde o início, ao convite de Deus, através do anjo Gabriel).

Neste Natal, desejo que você e sua família reservem um espaço para a Sagrada Família de Nazaré em sua casa e nos seus corações. Que Jesus, Maria e José encontrem um verdadeiro acolhimento e não sejam, apenas, visitantes, mas que encontrem espaço para viver, eternamente, conosco. Bom domingo e uma semana de paz e de bênçãos.