Um debate sobre a vida! Esse é o sentido da Campanha da Fraternidade que a cada tema e lema faz um convite a refletir, à luz do Evangelho, temáticas que impactam na sociedade, no cuidado comunitário e social, no caminho à conversão cultivado ao caminho do seguimento a Jesus Cristo. Este ano o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” tem como lema inspirado no texto do livro do Gênesis 2, 15: “Cultivar e guardar a criação”.
Para debater a temática através do método Ver, Julgar e Agir, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) realizou o Seminário da Campanha no Colégio Antônio Vieira, com a presença dos palestrantes: Célio Costa Pinto, do IBAMA, Frei Luciano, do CPT/ BA , Luciana Khoury, do Ministério Público, e Roberto Gogó como intermediador.
Com sucesso absoluto, mais de 400 pessoas das diversas comunidades e paróquias além de representantes de órgãos ambientais e gestão pública, estiveram presentes no evento. As atividades tiveram início às 8h com leitura do texto-base da Campanha, cânticos e apresentação dos biomas através dos representantes das Pastorais Sociais.
Célio Costa Pinto (IBAMA) realizou um panorama sobre a extrema importância do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais- IBAMA de preservação e manutenção do Meio Ambiente; e de forma eficiente preservar nossas matas, florestas, rios, faunas e recursos naturais diversos. Célio, que falou sobre a primeira parte do método, o VER, reforçou o significado da expressão bioma que vem de “bio”, que em grego quer dizer “vida” e “oma”, sufixo também grego que quer dizer “massa, grupo ou estrutura de vida”. Um bioma é um conjunto de vida (animal e vegetal).
No Brasil, oficialmente, existem seis biomas: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa. Célio explicou que em Salvador, dos biomas oficiais, estão a Mata Atlântica, além da Restinga e do Manguezal. Ele chamou atenção para os cuidados a todos eles, especialmente a Amazônia, que sofre com grande devastação. Salientou que nesta cidade a população tem sofrido com várias ocorrências de obras sem licença ambiental o que implica em contribuir cada vez mais com a extinção de espécies.
De acordo com Célio, todos os biomas têm a sua importância e estão interligados. “É importante que todos tenham consciência de que cada um de nós pode fazer alguma coisa para ter sustentabilidade no uso dos recursos naturais, para proteger os biomas, para dar a perenidade nesses recursos para as presentes e futuras gerações. Muitas vezes cada um de nós acha que isso é tarefa apenas dos órgãos, das entidades, das políticas públicas e é justamente converter esse pensamento de zelo, de cuidado, de respeito a criação de Deus que tanto o Papa Francisco nos convida e nos alegra em estar aqui nessa plenária, apresentando e discutindo essas questões. Lembrar que o governo é formado através de um espelho da sociedade quando se elegeu um executivo e legislativo. Se a sociedade pensa no futuro, em políticas públicas, isso tanto se refletirá na legislação e no modo de vida de todos nós”, concluiu.
Para finalizar a terceira parte do método, o Agir, os participantes contaram com a presença de Luciana Khoury, do Ministério Público. Ela reforçou a importância da Igreja em promover o constante diálogo com a sociedade de temas tão atuais e urgentes. Segundo Luciana, a sociedade está enfrentando uma grande crise ambiental, os biomas estão em situação crítica, é preciso cuidar, guardar, respeitar o meio ambiente, as espécies, a vida.
Para ela, o convite do Papa Francisco para a conversão ecológica é fundamental e o agir precisa ser imediato. “Vivenciamos problemas com a gestão da água na Bahia e no Brasil. Todas as ações propostas na campanha são possíveis e as pessoas precisam abraçar a ideia, ter consciência da gravidade, se sentir parte desse ambiente que é pura vida”, disse. “Eu acredito na força das comunidades, da informação para que todos estejam conectados na mesma causa. Com a Campanha da Fraternidade essa informação se fortalece. Temos como propostas ampliar a proteção normativa ao Cerrado e a Caatinga, visibilizar as comunidades e povos tradicionais, assegurando a terra e território, combater o tráfico de animais silvestres e criação em cativeiro, fortalecer o fórum de combate aos agrotóxicos e demais ações para que consigamos manter nossos biomas vivos e preservados. Vamos precisar de todo mundo”, concluiu.
A animação do Seminário ficou por conta da banda da paróquia Nossa Senhora de Guadalupe.
Confira fotos!
Texto e fotos: Carlusi / ASA Salvador


















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