50 anos de caminhada: paróquia São José de Amaralina celebra Jubileu de Ouro

Padre Rutinaldo ao lado de paroquianos que contam a história dos 50 anos da paróquia. Da esquerda para a direita: Lucas, Irmã Luzia, Consuelo e Isabela
Padre Rutinaldo ao lado de paroquianos que contam a história dos 50 anos da paróquia. Da esquerda para a direita: Lucas, Irmã Luzia, Consuelo e Isabela

No dia 20 de maio de 1966 os moradores do Nordeste de Amaralina ganhavam um verdadeiro presente com a criação da paróquia São José. Crianças, jovens, adultos e idosos iniciavam um novo caminho com a inauguração do templo que abriga a Matriz, localizado na rua Dr. Edgar de Barros, s/n, sob a proteção do padroeiro das famílias.

Para marcar a data, o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, presidirá a Missa festiva no dia 20, às 19h. Antes, no dia 19 de maio, também haverá Missa às 19h, presidida pelo bispo auxiliar, Dom Marco Eugênio Galrão.

Um pouco de história

Apesar de terem se passado cinco décadas, as lembranças do início da caminhada estão vivas na memória de Consuelo do Carmo Rocha, de 81 anos. “No início era apenas um salão. O nosso primeiro padre foi padre Antônio, depois chegou o padre João, que pegou foi muita pedra no ombro para poder iniciar a construção. Os jovens ajudaram muito e aqui está a igreja, em pé. São 50 anos e a igreja não se abala, graças a Deus”, conta.

As lembranças que Consuelo traz na memória mostram uma paróquia viva desde o início. Inúmeras atividades foram desenvolvidas pela comunidade, beneficiando os moradores da região. “Inicialmente aqui só aconteciam as missas aos domingos. Durante a semana as mulheres vinham fazer as orações. Poucos homens participavam, porque eles estavam trabalhando fora para garantir o sustento das suas famílias. Muitas coisas aconteceram aqui, até hoje nós ainda temos guardadas mesas feitas de tábua de caixão que os jovens que participavam naquela época fizeram porque entenderam que no salão paroquial poderia funcionar uma escola para adultos”, recorda.

Imagens antigas mostram momentos importantes vividos pela comunidade paroquial
Imagens antigas mostram momentos importantes vividos pela comunidade paroquial

Assim como Consuelo, a Irmã Luzia Santos Neta, da Congregação Franciscanas Regulares de Todos os Santos, também tem a sua vida marcada pela comunidade de São José de Amaralina. Foi nesta paróquia que ela deu passos firmes no anúncio do Reino de Deus. “Comecei a participar aqui quando era jovem. Eu tinha apenas o Batismo, mas fui me encantando com a Igreja, fiz o Crisma e entrei em grupo de jovens. Depois, no ano de 1996 chegaram as Irmãs Franciscanas e foi uma alegria muito grande quando elas vieram morar aqui”, diz. “São José é um celeiro de vocações. Nós temos outras religiosas, temos padres que foram do nosso tempo. A paróquia São José, apesar de ser humilde e pequena, tem história e na sua história tem bons frutos”, completa.

Jubileu de ouro

E para celebra os 50 anos da paróquia, toda a comunidade está envolvida. O primeiro passo na preparação, segundo o pároco, padre Rutinaldo dos Santos Gonzaga, foi uma carta de convocação enviada pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Em seguida, os paroquianos iniciaram um ciclo de missas votivas a São José (sempre no dia 19). “Também tivemos a motivação com a imagem da Sagrada Família, que visitou muitas famílias. A cada domingo, sempre na missa da manhã, a imagem é entregue para uma família diferente e fica com eles a semana toda. Ao longo da semana os paroquianos escolhem um dia para irem rezar junto com a família Foi muito enriquecedora essa troca de experiência, tanto que nós estamos pensando em continuar”, afirma.

Além disso, foram recitados Terços nas ruas e praças do bairro, com o objetivo de atrair pessoas que ainda não possuem uma vida intensa de caminhada na Igreja. No início do mês de maio aconteceu o Cerco de Jericó, com sete dias ininterruptos de adoração ao santíssimo Sacramento; momentos de oração e louvor; ação social com a presença de médicos, psicólogos, advogados, fisioterapeutas, cuidadores de idosos e enfermeiros;  e no último domingo (15) aconteceu um Kairós com a missionária católica Olívia Ferreira.

“Eu considero a paróquia a minha casa. Eu fiz, em dezembro, 10 anos de padre, já passei por outras paróquias, mas eu considero muito o hoje em minha vida. A paróquia é essa casa onde eu me gasto, onde eu quero me doar tantas vezes sem esperar algo em troca, até o momento que Deus achar pertinente”, afirma padre Rutinaldo.

Comunidade

Na minha vida representa tudo. Posso dizer que a minha segunda criação foi aqui na paróquia, tanto que estou aqui até hoje
“Na minha vida essa paróquia representa tudo. Posso dizer que a minha segunda criação foi aqui na paróquia, tanto que estou aqui até hoje”, afirma Consuelo, paroquiana há 50 anos.

A paróquia São José de Amaralina é formada, atualmente, por duas comunidades: matriz e Santa Rita de Cássia. Nelas estão presentes cerca de 20 grupos, movimentos e pastorais, como a Pastoral Familiar, Apostolado da Oração, Legião de Maria, Encontro de Casais com Cristo (ECC), Pastoral da Juventude (PJ) e Renovação Carismática Católica (RCC). “Esta paróquia é onde eu pude me formar como jovem e como homem. Eu pude experimentar da graça de Deus aqui na paróquia”, afirma o jovem Lucas de Melo.

No território paroquial está, ainda, a Congregação Médicas de Maria. As religiosas atuam no Projeto Consolação, que tem como objetivo acompanhar mães que tiveram filhos assassinados no bairro.

“Nesta paróquia está a minha segunda família. Minha formação cristã eu adquiri aqui dentro, o Senhor me concedeu essa família. A paróquia que me fez crescer, me apoiou; se hoje eu sou religiosa, não posso esquecer que os meus paroquianos me ajudaram de tantas maneiras. Foi nessa paróquia que eu descobri que eu poderia dar mais de mim. O Senhor me tirou da lama e me trouxe para a dignidade, e a paróquia tem grande responsabilidade de criar seus filhos e eu devo muito a essa graça de ter essa paróquia viva”, diz Irmã Luzia.

Fotos: Sara Gomes