
A Igreja deu início, no dia dedicado a São José, Esposo de Maria – 19 de março – ao Ano Família Amoris Laetitia, em celebração pelos cinco anos da encíclica do Papa Francisco, que exorta os cristãos a vivenciarem, com mais intensidade, o amor dentro das famílias.
Para falar sobre este Ano, mas também sobre os passos da Pastoral Familiar na Arquidiocese de Salvador, a Pastoral da Comunicação (Pascom) entrevistou o casal coordenador da Pastoral Familiar Arquidiocesana, Rita de Cássia e Carlos Galvão. Confira!
Pastoral da Comunicação (Pascom) – O Papa Francisco instituiu este como o Ano Família Amoris Laetitia, em celebração do 5° aniversário da encíclica Amoris Laetitia. Como este Ano da Família deverá ser vivenciado pela Pastoral Familiar da Arquidiocese de Salvador?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – O Ano Família Amoris Laetitia procura lembrar às famílias sobre a importância dessa instituição. Na Arquidiocese de Salvador, faremos diversas atividades tendo como base a exortação apostólica “Amoris Laetitia”, com o intuito de divulgar o seu conteúdo. Teremos simpósios e grupos de estudos sobre o documento. Além das nossas atividades programadas, também iremos acompanhar tudo o que vier do Vaticano, da CNBB e do Regional NE3.
Pascom – Nos dias atuais, a família vem sendo atingida de várias maneiras. Para a Pastoral Familiar Arquidiocesana, quais são os principais desafios enfrentados pela família; de modo especial neste tempo de pandemia?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – Em tempo de pandemia e distanciamento social, o entendimento familiar ficou mais intenso. Os desafios são muitos e a oração é a segurança encontrada para os medos e as incertezas diante dos momentos difíceis. A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus trouxe mudanças em todos os segmentos da sociedade: surgem as dificuldades no relacionamento entre pais e filhos, que precisam ser superadas. Muitas famílias estão enlutadas e entre nós há um distanciamento social que nos impede de fazer uma visita ou de dar um abraço amigo.
O que estamos fazendo, na medida do possível, através dos meios que contamos no momento, é tentarmos chegar às famílias, para que elas sintam que mesmo longe fisicamente estamos perto e em constante oração.
Pascom – De que forma a Pastoral Familiar colabora para que os casais, os pais e os filhos possam caminhar conscientes da missão assumida por cada um?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – Na encíclica Amoris Laetitia, o Papa nos pede e ensina o amor, a compaixão, a dignidade, a evangelização. Para nós, como agentes da Pastoral Familiar, viver isso como missão é estarmos ligados diretamente a essa dimensão, por que os nossos objetivos se assemelham a tudo isso que o texto nos coloca. Evangelizar as famílias é o objetivo central da Pastoral Familiar.
Pascom – Quais são os valores da família que precisam ser resgatados?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – A verdade é que a comunhão familiar só pode ser conservada e aperfeiçoada com grande espírito de sacrifício. Exige, de todos e de cada um, pronta e generosa disponibilidade, a compreensão, a tolerância, o perdão e a reconciliação. E isso tudo só pode ter início através do amor. No capítulo III da Amoris Laetitia, o Papa nos fala sobre o olhar fixo em Jesus: a vocação familiar.
O maior desafio nosso, principalmente agora nesse período, é tentar resgatar o amor, o perdão, a dignidade, o respeito e o diálogo. Recordando o que disse o nosso querido Papa João Paulo II: “Família Santuário de vida”, assim nós queremos caminhar juntos e com o olhar fixo em Jesus.
Pascom – Como coordenadora da Pastoral Familiar Arquidiocesana, a senhora acredita que o Ano Família Amoris Laetitia pode ser considerado como a redescoberta de um novo valor para a preparação dos casais para receberem o sacramento do Matrimônio?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – A vocação para o matrimônio é a vocação para a Santidade, como o Evangelho nos ensina: “Sede perfeitos como o Vosso Pai Celestial”. Então, a maior parte do povo de Deus são pessoas constituídas para o matrimônio e o maior valor deste Sacramento é o amor. Como Pastoral Familiar, precisamos e devemos passar para as famílias o que nos ensina a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, tanto para os casais que já contraíram o matrimônio, quanto para os que vão fazê-lo, porque assim vamos conseguir restaurar e formar famílias com um novo entendimento e juntos vamos caminhar e viver a Santidade, fazendo desse ano um novo tempo.
Pascom – Que mensagem a senhora pode deixar para as famílias da Arquidiocese de Salvador?
Rita de Cássia e Carlos Galvão – Vivemos em um tempo carente do amor, em uma sociedade, quase em sua totalidade, plural. As pessoas não sabem quem são, o que querem e nem porque existem. Domina hoje a massificação: as pessoas deixam de pensar com a própria cabeça para guiar-se em outros, adotam a opinião, o físico sem questionar. Esse mal infelizmente está atingindo os casais, as famílias, tirando-os da sua missão.
Santo Agostinho tem uma frase que diz: “A medida do amor é amar sem medida”. Isso é o que peço aos casais e a cada pessoa que faz parte de uma família: vamos amar a Deus, amar ao próximo, colocar o amor e o perdão sempre em nossa vida, que com certeza conseguiremos viver uma maturidade cristã, e o amor será nosso caminho a Deus.



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