Missa e procissão marcaram o dia de Nossa Senhora das Neves

Igreja Nossa Senhora das Neves, em Ilha de Maré

O dia 5 de agosto é muito especial para Maria Adélia dos Santos de Almeida. Moradora do bairro de Paripe, ela acorda cedinho nesta data, todos os anos, para ir até a Ilha de Maré e assim poder participar da festa de Nossa Senhora das Neves. “Eu me apeguei muito a Nossa Senhora e tenho testemunho de graça alcançada por intercessão dela”, contou.

Assim como Maria Adélia, crianças, jovens, adultos e idosos foram até a pequena igreja dedicada a Nossa Senhora das Neves, localizada no alto de uma pequena colina, para agradecer e louvar a Mãe de Jesus. A Missa Solene foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj.

Durante a homilia, Dom Murilo falou sobre o amor de Deus ao escolher Maria como a Mãe de Jesus e de todos os homens e mulheres. “Quem a escolheu foi Deus. Ela é uma escolha de Deus e nós olhamos para Deus, respeitamos as suas escolhas e agradecemos por Ele ser tão bom conosco. Ele não queria apenas que o Seu Filho tivesse uma mãe junto dele, mas que nós também a tivéssemos, já que foi por nós que Ele enviou o Seu Filho ao mundo”, afirmou.

De acordo com o pároco, padre Edmilson Santos da Costa, a devoção a Nossa Senhora das Neves está presente na ilha desde 1549. “Como diz o hino: ‘apareceu aqui nesta ilha e fez a sua morada’. Então o povo tem essa grande devoção, de coração para coração, procurando cada vez mais colocar Nossa Senhora como Mãe do Filho de Deus e mãe nossa. Ao longo desses séculos, essa devoção se perpetua na história da Ilha de Maré”, disse.

Procissão com as imagens de Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida

Após a Missa, os fiéis saíram em procissão, passando pela localidade de Itamoabo e retornando até a praia das Neves. Ao todo, três andores adornados com flores e com as imagens de Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida foram carregados pelos fiéis que, emocionados, entoaram cânticos de louvor à  Mãe de Jesus.

A fé na intercessão de Nossa Senhora das Neves faz parte da vida de muitas pessoas que moram na ilha. Um gesto curioso é no momento em que os andores carregados durante a procissão retornam à igreja. “As pessoas têm tanta devoção e confiança em Nossa Senhora das Neves, que elas recolhem as flores que enfeitaram os andores e o altar e as levam para casa. Com as flores, elas fazem um chá, fazem compressa e colocam sobre ferimentos. Tem muitos relatos de graças. Por isso a gente flori bem”, disse a coordenadora da comunidade, Lindinalva Soares e Soares.

Com o olhar fixo na imagem de Nossa Senhora das Neves, Maria Adélia conta a graça que alcançou por intercessão da Mãe de Jesus. “Eu chego a me arrepiar. Em 2013 o meu marido teve um problema de próstata e chegou a ficar hospitalizado, entubado, sedado, fez até hemodiálise. Eu me apeguei muito a Nossa Senhora e recebi a grande graça da cura dele. Por isso, eu sempre venho aqui agradecer”, afirma Maria Amélia.

Origem da devoção

A devoção a Nossa Senhora das Neves teve origem em Roma, no século III, quando o Papa Libério sonhou com Maria, que lhe pedia a construção de uma capela em um monte onde houvesse neve. O mesmo aconteceu com um casal que, sem filhos, desejava doar toda a herança para uma obra de caridade e pediu a Nossa Senhora que lhe mostrasse para onde deveria destinar o dinheiro. Maria apareceu-lhes em sonho, separadamente, e pediu-lhes que construíssem uma igreja em um local que estaria coberto por neve, a qual deveria ser consagrada a ela.

Como era verão em Roma, o casal decidiu comunicar o fato ao Papa Libério e ficaram sabendo que ele havia tido sonho semelhante. Juntos, saíram à procura do possível local e encontraram a Colina Esquilina coberta por neve. Ali foi erigida uma igreja que, mais tarde, recebeu o título de Basílica Santa Maria Maior e é, atualmente, a igreja mãe de todos os santuários e igrejas marianas do mundo.

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Fotos: Sara Gomes