A Bíblia fornece ao católico a base intelectual e espiritual para compreender a Palavra e adorar a Deus. “É um instrumento pleno de comunicação entre Ele e o ser humano”, afirma padre Ricardo Henrique Santana, coordenador da Comissão Arquidiocesana de Liturgia. Para alcançar o estado meditativo que o Livro Sagrado proporciona, é preciso estar com os olhos e o coração atentos. Mas também se faz necessário adotar a postura de aprendiz.

“O fiel deve fazer o estudo bíblico. Na paróquia Nossa Senhora das Dores, no Lobato, temos cinco comunidades realizando os círculos bíblicos desde abril. Os grupos se dividem e visitam as famílias, os lugares mais pobres, os doentes”, conta padre Ricardo Henrique, que comemora a reabertura da Comunidade Espírito Santo, nas Pedreiras, onde também ocorrem os estudos. O trabalho consiste na leitura e meditação da passagem bíblica em grupo. As chaves de compreensão dos textos são fornecidas pelos párocos. “O padre entrega aos grupos de estudos um material que deve ser seguido, um roteiro da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]”, explica.

Para a contemplação individual, o sacerdote recomenda a aquisição de documentos e publicações oficiais nas livrarias católicas, bem como as edições da Bíblia para estudos. “Todo leigo pode adquirir essas obras. A CNBB tem diversas opções, uma delas é o livro Sou católico, vivo a minha fé”, sugere.

Leitura orante

Uma experiência que tem aproximado os fiéis da Bíblia é a Oficina de Oração e Vida, cujo objetivo é ensinar as pessoas a orar, o que é feito através de duas linhas: ascendente – quando a pessoa responde a Deus pela oração – e descendente – quando o indivíduo lê a Bíblia. Cada oficina ocorre por quatro meses, ao longo dos quais são realizadas 15 sessões, uma por semana com duração de duas horas.

“Nos dois primeiros encontros, mostramos o amor gratuito e eterno de Deus Pai. Na terceira sessão, apresentamos os fundamentos da fé através da leitura das cartas de São Paulo aos hebreus. No quarto momento, apresentamos Maria como modelo de fé”, explica um dos coordenadores da Oficina de Oração e Vida da Arquidiocese de Salvador, Arnóbio Viana.

A dinâmica de leitura da Palavra e da oração envolve três conceitos: “Modalidade – que é o tipo de oração: escrita, visual, auditiva, contemplativa, etc.; silenciamento – por meio do qual nos preparamos para a oração, esvaziando a mente e entrando em estado de concentração; e sagrada meia hora – momento em que o fiel se exercita na palavra com a modalidade escolhida”, resume Arnóbio. É com base nesse método – chamado “Cristificante” – que as pessoas buscam a leitura viva da Bíblia e ancorada no sentido pleno da Oração.