Educação, acolhimento e cidadania: ACOPAMEC chega aos 35 anos de história e impacto social

Foto: divulgação

A Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (ACOPAMEC) completa 35 anos de fundação, consolidada como referência em acolhimento, educação, arte, cultura, preservação ambiental e formação na periferia de Salvador. Ao longo da trajetória, mais de 30 mil crianças, adolescentes, jovens e famílias foram beneficiados diretamente pelas iniciativas da instituição.

Para marcar a data, a instituição realizará, no próximo dia 25 de setembro, às 14h, uma celebração especial em ação de graças pelos 35 anos de atuação. O evento acontecerá na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), localizada no Cabula, e contará com a presença de autoridades, da comunidade, além de apresentações culturais, a exemplo da Orquestra Juvenil Fred Dantas, do Grupo de Canto Coral Neojibá – Núcleo Mata Escura, do Grupo de Dança Jovens do Centro Social Dom Lucas Moreira Neves e do Coral da própria universidade.

Presença forte na capital baiana, sobretudo nos bairros de Mata Escura e Calabetão, a ACOPAMEC tem contribuído, ao longo destas mais de três décadas, com a transformação social de inúmeras pessoas que participam direta ou indiretamente da vida da instituição. “Encontramos em várias partes de Salvador pessoas que, graças à Acopamec, mudaram suas vidas e a de suas famílias. Sempre acreditamos que não há solução sem o envolvimento comunitário e a luta por políticas públicas”, afirma o presidente da ACOPAMEC, padre Miguel Ramon.

A atuação da Acopamec também se estende à preservação ambiental. Em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a instituição participa do projeto de implantação do Parque Theodoro Sampaio, considerado um marco para a cidade. “Há mais de 30 anos a Acopamec dialoga com a comunidade em defesa do direito a uma cidade mais justa e de uma área verde essencial para Salvador”, destaca a professora Ângela Gordilho, da UFBA.

Além dos programas educativos, a ACOPAMEC mantém cinco casas-lares que oferecem acolhimento integral a crianças e adolescentes de zero a 17 anos em situação de risco. Alice* (nome fictício para preservar a fonte), de 14 anos, é uma das beneficiadas. “Aqui eu me sinto cuidada. Posso estudar, ter acompanhamento psicológico e aprender coisas novas. É muito diferente da minha vida antes”, relata.

Para os jovens, a instituição representa a porta de entrada para a autonomia e a vida profissional. Vinícius Santos da Silva, 19 anos, jovem aprendiz, conta que a ACOPAMEC mudou sua trajetória. “Aprendi a ter projeto de vida. Consegui meu primeiro emprego, estou tirando minha habilitação e pretendo fazer faculdade. Hoje me sinto empoderado”, afirma.

O impacto do trabalho é reconhecido por moradores da região. O radialista comunitário Antônio Nelito Santos, do Calabetão, ressalta a relevância da entidade. “Apoiar a ACOPAMEC é um dever de toda comunidade. Essa instituição fez e faz muito pela nossa gente, acolhendo meninos e meninas em vulnerabilidade, profissionalizando a juventude e oferecendo novos horizontes”, diz.

Esse horizonte também é percebido por famílias assistidas. A moradora da Mata Escura, Edna Barbosa, mãe de dois filhos atendidos pela entidade, destaca a tranquilidade de poder contar com o apoio da associação. “Sou mãe solo e preciso trabalhar. Saber que meus filhos estão em um lugar que educa, forma e projeta para o futuro me dá segurança. A ACOPAMEC foi fundamental na vida deles”, declara.