Paróquia São Francisco de Assis, na Boca do Rio, se prepara para celebrar a Festa do padroeiro

A Paróquia São Francisco de Assis, localizada no bairro da Boca do Rio, em Salvador, já vive o clima festivo em honra ao seu padroeiro. Neste ano, a festa celebra também os 800 anos do “Cântico das Criaturas”, uma das mais belas expressões da espiritualidade franciscana, que inspira fiéis em todo o mundo.

A programação, que é intensa, segue até o dia 4 de outubro, data em que a Igreja celebra a memória de São Francisco de Assis. Como parte dos festejos, os fiéis participam do novenário, até o dia 3 de outubro, na Matriz, sempre às 19h. Como gesto concreto, toda a comunidade é conclamada a realizar doações de arroz, açúcar, café, leite, farinha, feijão, biscoito e óleo.

No dia festivo (4), serão celebradas Missas às 6h, às 8h, às 11h e às 15h. Às 10h acontecerá a bênção dos animais, já que São Francisco de Assis é conhecido como o santo protetor, e às 12h será servido o tradicional “caruru franciscano”, cujos recursos arrecadados serão destinados para a manutenção da própria paróquia. Já às 17h30 haverá uma procissão pelas principais ruas do bairro da Boca do Rio, saindo e retornando para a Matriz, onde, às 19h, acontecerá a Missa Solene presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, Dom Gabriel dos Santos Filho.Com o tema “Francisco, peregrino do amor, que canta a esperança”, a festa convida os fiéis a renovarem a fé, inspirados pelo exemplo do santo de Assis, que viveu com simplicidade, amor à natureza e profunda confiança em Deus.

O Cântico das Criaturas

Quase moribundo, compôs São Francisco o Cântico das criaturas. Até ao fim da vida queria ver o mundo inteiro num estado de exaltação e louvor a Deus. No outono de 1225, enfraquecido pelos estigmas e enfermidades, ele se retirou para São Damião. Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a criação.

A penúltima estrofe, que exalta o perdão e a paz, foi composta em julho de 1226, no palácio episcopal de Assis, para pôr fim a uma desavença entre o bispo e o prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil. A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começo de outubro de 1226.

A oração do santo diante do crucifixo de São Damião e o Cântico do Sol são as únicas obras de São Francisco escritas em italiano antigo e, por isso, são dos mais importantes documentos literários da linguagem popular. Foi nesta língua que ele certamente ditou a maioria de seus escritos, antes que os irmãos versados em letras os traduzissem para a língua comum da época, o latim.

“Na tradição ocidental Francisco de Assis é visto como uma figura exemplar de grande irradiação. Com fina percepção sentia o laço de fraternidade e de sororidade que nos une a todos os seres. Ternamente chama a todos de irmãos e irmãs: o sol, a lua, as formigas e o lobo de Gubbio. As coisas tem coração. Ele sentia seu pulsar e nutria veneração e respeito por todo ser, por menor que fosse. Nas hortas, também as ervas daninhas tinham o seu lugar, pois do seu jeito elas louvam o Criador.

O coração de Francisco significa um estilo de vida, a expressão genial do cuidado, uma prática de confraternização e um renovado encantamento pelo mundo. Recriar esse coração nas pessoas e resgatar a cordialidade nas relações poderá suscitar no mundo atual o mesmo fascínio pela sinfonia do universo e o mesmo cuidado com irmã e mãe Terra como foi paradigamaticamente vivido por São Francisco”

Fonte: https://franciscanos.org.br/