Como e quando as missões começaram a ser desenvolvidas?

Padre Antônio Niemiec – É uma pergunta bastante complexa e ampla. A Igreja de Cristo, desde suas origens, se caracterizava pelo dinamismo missionário, realizando assim o mandato de Cristo: Ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho…

Um momento importante para o desenvolvimento das missões é a Idade Média. Nos séculos XI e XII toda a Europa foi percorrida pelos pregadores itinerantes. O papa Inocêncio III, através de um decreto, concedeu a São Francisco e seus companheiros e a São Domingos o direito de pregar. No século XIII, os mendicantes, cujo expoente máximo é Santo Antônio de Pádua, difundiram por toda parte a pregação.

Nos séculos XIV e XV, a missão ganhou impulso e força por obra de grandes apóstolos como São Vicente Ferrer e São Bernardino de Sena.

No século XVI, com a difusão do protestantismo, surgiram duas exigências: a renovação moral-religiosa dos fiéis e a defesa ante os erros da heresia. Daí vem a necessidade da instrução e da conversão. O Concílio de Trento, a obra de São Carlos Borromeu e a atividade missionária das novas Congregações religiosas vão fazer frente a esses desafios.

Com as novas Congregações religiosas e as antigas Ordens renovadas nascem missões metódicas. Trata-se de uma forma de pastoral extraordinária, nascida como resposta às exigências do tempo. Mobilizam a população, seja nos campos, seja nas cidades e interferem por semanas inteiras, na vida social, nos rítmos de trabalho, na praxe eclesial e até no íntimo das consciências.

O primeiro documento que assinala o nascimento das missões metódicas e exprime sua finalidade e organização é de 1595. Essa Instrução fala explicitamente das “missões”, sem nenhuma referência às missões exteriores, apresenta finalidade e determina os principais elementos.

No século XVII nota-se a formação dos métodos missionários, principalmente os métodos dos jesuítas, na Itália e dos Padres Missão, na França.

No século XVIII, surgem novos métodos missionários: o de São Paulo da Cruz (passionistas) e Santo Afonso de Ligório (redentoristas).

Século XIX-XX, os métodos são adaptados às novas condições sociais. Nesse contexto é necessário destacar São Vicente Pallotti (palotinos).

Na segunda metade do século XX assistimos a uma profunda crise e a um esforço de renovação da missão.