
Ser voluntário é mais do que fazer um trabalho sem remuneração financeira, é dedicar tempo, amor, atenção, carinho e transmitir alegria aos que precisam. Foi pensando nisso que surgiu o grupo de palhaços Raros da Alegria, que todos os domingos se reúnem no Hospital Martagão Gesteira para tentar, através de brincadeiras e sorrisos, diminuir o sofrimento de crianças enfermas.
De acordo com o pediatra José Domingo, a assistência dos palhaços é fundamental no processo de internamento das crianças. “A ajuda dos voluntários é muito importante porque as crianças ficam aqui internadas sem contanto com a família, com amigos e quando vem o pessoal para fazer a brincadeira, as crianças se distraem em relação à doença delas. É nesse momento que eles esquecem um pouco da doença e se tornam felizes, se tornam crianças de verdade”, afirma.
O projeto teve início em 2013, após uma das fundadoras, Tamara Roberta, realizar visitas como voluntária ao Hospital Aristides Maltez. “Após fazer algumas visitas ao hospital na oncopediatria, senti um chamado para fazer algo com uma dimensão maior, que afetasse crianças de uma maneira positiva e que ajudasse durante o tratamento. Então surgiu a ideia de escrever o projeto e chamar voluntários que quisessem fazer parte através da máscara do palhaço”, conta.
A iniciativa deu certo e hoje o grupo Raros da Alegria conta com 18 voluntários de diversas áreas de formação entre eles estudantes e profissionais de psicologia, enfermagem e engenharia. Um desse voluntários é Ubaldino Bomfin, que dá vida o palhaço Zefino. “O projeto acrescentou muito na minha vida pessoal. É um trabalho muito gratificante que me preenche como cristão também por estar em contato com crianças e pais que passam por uma realidade muito difícil de hospital, muito carentes, às vezes vindos de outros hospitais com uma rotina muito difícil. Poder trazer essa alegria por um minuto que seja é muito gratificante. Saímos de cada quarto maravilhados com o que a gente deu e com o que recebemos. É uma troca amor, de olhar e de sentimento muito grande”, declara.

De fato, a troca de amor fica clara em cada gesto, em cada sorriso, como o da pequena Marcela Santos, de 5 anos, que está internada para tratar um linfoma. “A visita deles é muito importante porque alegra. O cuidado dos médicos é sem dúvida essencial, mas a alegria vem à cima de tudo. Ajuda muito no tratamento”, diz a mãe de Marcela, Eleide Santos.
Texto e fotos: Catiane Leandro



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