Por Irmã Nelcelina Barbosa
Assessora da Pastoral Catequética
A Iniciação à Vida Cristã dá-se numa íntima relação entre catequese e liturgia. O mistério anunciado e conhecido é também celebrado. Por isso, as equipes de celebração devem acompanhar de perto todo o processo e fazer parte da comissão da Iniciação à Vida Cristã (It. 3.3 p 61).
Partindo deste principio, o Itinerário Catequético da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], quer ajudar a Catequese do Brasil no que diz respeito também à dimensão festiva na catequese.
Nossa liturgia em seu tempo litúrgico traz uma grande riqueza. Vemos aí a festa dos padroeiros, por exemplo. Antes da festa, há um momento preparatório, como tríduo ou novena. Nesta ocasião, a comunidade vai se preparando para o ponto alto que é a festa. Missa festiva com cantos apropriados, dentro do templo as ornamentações necessárias com tom de festa, bandas, procissões etc.
É durante este momento preparatório que a COMUNIDADE se movimenta ainda mais: há equipes para cada ação, até para a quermesse.
Na catequese não pode ser diferente. O povo gosta da festa. É por isso que a comissão da CNBB apresenta como proposta a festa das inscrições.
A IMPORTÂNCIA DA FESTA
“Todos gostam de festejar, a condição humana tanto em sua dimensão antropológica como psicológica tem necessidade de comemorar. É importante que as conquistas da vida sejam celebradas. Uma festa marca uma etapa: aniversários, casamentos, promoção no trabalho, mudança de casa, entre outras”.
“Enfim, qualquer bom motivo pode ser justificativa para uma festa. A liturgia é uma grande festa. A catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã tem como característica em seu elemento constitutivo as celebrações, os ritos, a festa” (It. 4.1; p 63).
FESTA DE ACOLHIDA E INSCRIÇÃO
“A comunidade se renova ao receber novos membros”. Vive e renova a alegria do discipulado. Por isso, as inscrições para a catequese são realizadas de forma criativa e celebrativa, marcando a opção e o compromisso de participar do processo catequético na comunidade. A alegria de sermos irmãos e irmãs é externalizada e compartilhada”.
“Estão superadas as chamadas “matriculas” para a catequese, bem como a sua inscrição na secretaria paroquial, pois este ambiente é de atendimento para documentos, arquivos da comunidade e não para inscrições de catequese como se faz em uma escola”.
“É preciso preparar uma festa para as inscrições, onde os catequistas fiquem à disposição daqueles que se interessam para acolhê-los e fazer a sua inscrição para a catequese”.
“Nem sempre todos os membros da comunidade estão preparados para ouvir a convocação para a catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã. Neste caso, não convém, na convocação inicial, usar a palavra catecumenato e nem a Iniciação à Vida Cristã, desconhecidas da maioria das pessoas. Convém chamar, sobretudo para conhecer melhor a pessoa de Jesus Cristo, ser fortalecido no Espírito Santo e viver unido a Ele. Pode-se também falar de aprofundar a fé, ou fazer uma caminhada de fé, para crescer na comunhão com o Senhor. Pode-se incluir um apelo direto aos que desejam ser batizados ou crismados, que não fizeram a primeira comunhão eucarística ou estão afastados dela e gostariam de fazer ou retornar a comunhão”.
“A convocação deve oferecer atendimento imediato aos interessados em lugar acessível, orientando-os para participarem do dia da festa das inscrições. Quem convoca – de preferência um dos catequistas – deve colocar-se à disposição no final da celebração para tirar dúvidas e dar maiores informações. Tudo deve ser feito para facilitar e humanizar a aproximação entre catequistas e interessados.
“Nada de “matricula” ou “entrevista”. Deve ser uma “conversa de acolhida, diálogo, de respeito e liberdade, de esclarecimento de intenções, de ocasião para o conhecimento de sua situação de vida e de fé (…), na qual se suscitem a confiança e a boa disposição”. (It. 4.2; p 63-64)
O momento é importante para a catequese no Brasil. Nossa Arquidiocese está dentro deste processo. Muitas paróquias estão envolvidas na implantação deste novo jeito de fazer catequese. Cada realidade procura atender a demanda dentro do que é próprio dos costumes e caminhada da vida cristã do povo. A festa das inscrições passa a ser uma realidade, uma atividade que está dando certo. Nos testemunhos há quem diga que até está despertando a vocação de ser catequista. Muito gostoso sentir este movimento do Espírito Santo em nossas comunidades.
FONTE:
Itinerário Catequético da CNBB – Iniciação à Vida Cristã – um processo de inspiração catecumenal – 1ª. Edição – 2014 – Edições CNBB



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