Por padre Manoel de Oliveira Filho
Coordenador da Pastoral do Turismo
“O que não é assumido não é redimido”. Esta frase de São Gregório Naziazeno diz muito sobre a ação pastoral da Igreja Católica. De fato, é da natureza da Igreja apresentar Jesus Cristo e a redenção trazida por Ele. De forma vicarial, a Igreja é responsável por levar a Redenção ao homem e a tudo que lhe diz respeito. Se assim o é, necessário se faz que tudo que está em relação ao ser humano seja assumido pela Igreja. Não poderia ser diferente com a atividade turística.
De fato, o turismo enquanto ação humana que visa o descanso e fruição da vida merece nossa atenção e estima evangélica, contemplando todos os seus agentes e variadas situações. Portanto, os profissionais do turismo, os moradores das comunidades acolhedoras e os turistas são meta da nossa ação evangelizadora. Mas também, infelizmente, precisamos dar atenção àquelas ações que deturpam a atividade turística, deturpando os seus objetivos e ferindo a dignidade humana.
A Pastoral do Turismo está incluída no Setor Mobilidade Humana da Comissão Episcopal para a Caridade, Justiça e Paz da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]. No âmbito da Igreja Universal está inserida no Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes. Fazemos parte do conjunto de pastorais que evangelizam o homem em movimento, como as Pastorais Rodoviária, dos Ciganos, do Migrantes e do Povo do Mar.
São quatro as ações prioritárias para a Pastoral do Turismo em toda a América Latina, conforme nos indica o Setor Mobilidade Humana do CELAM [Conselho Episcopal Latino-Americano]: Formação de agentes; incentivo ao Turismo de Base Comunitária, desenvolvendo ações que incentivem o desenvolvimento sustentável e a geração de emprego e renda; o enfrentamento profético a tudo que avilta a dignidade humana no campo do turismo como a exploração de crianças e adolescentes no trabalho escravo ou na prostituição, a má remuneração do trabalho, o tráfico humano e a degradação ambiental e cultural das comunidades e o Turismo Cultural e Religioso.


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