Por Cátia Cardoso – Secretária Regional da Cáritas Nordeste 3
“Eu vim para que todos tenham a vida, e para que a tenham em abundância.”
(Evangelho de João 10,10)
Como podemos ser felizes vendo tanta miséria e tantas injustiças? Frei Beto nos sinaliza um caminho: não somatizar essas infelicidades, opressões e injustiças, e empenhar a vida na direção de mudar esse estado de coisas.
Quando celebramos o aniversário de 28 anos da Cáritas Brasileira Regional NE3 vislumbramos que nossos agentes já fazem esse exercício há quase três décadas. São centenas de mulheres, homens, jovens, trabalhadores, pescadoras, quilombolas, agricultoras, catadores, povo de rua, crianças e adolescentes que dedicam sua vida em função de um mundo onde as condições espirituais, culturais, ambientais, sociais e políticas possibilitem a felicidade como direito de todos e todas. A Cáritas é uma rede que acredita que a felicidade anda de mãos dadas com a solidariedade e com o bem comum.
Nesse momento estamos conectados com toda a Rede Cáritas Brasileira fazendo o caminho de reflexão e celebração. Em novembro, nos reuniremos no Santuário de Nossa Senhora Aparecida para, junto com “Mariama”, celebrar os 60 anos de presença da Cáritas no Brasil. É período de jubileu, é tempo de colher os frutos semeados no semiárido, no cerrado e no litoral; é tempo de ver brotar o protagonismo das populações que lutam por economia solidária e por uma agricultura agroecológica; celebrarmos os plebiscitos populares, as leis de iniciativa popular, os tribunais populares do judiciário e o exercício cidadão do nosso povo que acredita na democracia e que assume a tarefa de construir um novo mundo possível hoje e agora.
Provavelmente muito pouco dos que estão hoje assumindo a missão da Cáritas no nosso Regional iniciaram esse caminhar há 28 anos atrás, mas isso não faz nenhuma diferença, porque essa obra não tem autor específico e não se finda. Ela segue sempre em construção e conta com a inspiração do Evangelho e a capacidade de sonhar de cada agente Cáritas que atua no seu tempo, no seu território e com sua fé. Não podemos esquecer de que o ser humano, certamente, possui tanta necessidade de sonho quanto de realidade. E o nosso sonho alimenta a esperança de que podemos, um dia, transformar o mundo da competitividade que vivenciamos, num mundo da solidariedade que profeticamente Jesus nos deixou como legado.
“Terminou o tempo do medo. Começa agora o tempo da esperança” (frase dita por Tristan Bernard quando foi preso com sua esposa pela Gestapo).
Salve Cáritas Brasileira Regional NE3!!!
Foto: André Bárbara (Comunicador da Cáritas Arquidiocesana de Aracaju)


por