A cada quatros anos, a Igreja reúne bispos representantes de todas as Conferências Episcopais para refletir, avaliar e apontar caminhos para determinados temas relacionados a doutrina ou a vida pastoral. Existem sínodos ordinários, que são os que acontecem de quatro em quatro anos, e os extraordinários que podem ser convocados pelo Papa a qualquer tempo. Até o dia 19 de outubro acontece a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, em Roma, que tem como tema principal Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização.
O sínodo conta com a presença de 253 pessoas, entre bispos, membros da Cúria Romana, presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo, antropólogos e sociólogos. De acordo com o Papa Francisco, as assembleias sinodais não servem “para discutir ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais inteligente”, por outro lado têm a função de “cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu projeto de amor a respeito do seu povo”.
Tendo em vista a urgência de se apontar caminhos pastorais seguros que possam ajudar as famílias e a Igreja a vivenciarem os desafios da atualidade, o sínodo será dividido em dois momentos: além da assembleia desse ano, em 2015 os bispos voltarão a se reunir para a conclusão dos trabalhos do sínodo.
Além de abordar o tema “família”, a assembleia trata de temas como violência e pobreza. Durante a abertura do sínodo, o pontífice afirmou que os participantes são “chamados a trabalhar na vinha do Senhor”.
Preparação para o sínodo
Em preparação para esta grande reflexão sobre a família, o Papa Francisco convocou as dioceses do mundo todo para responderem a um questionário. Formado por 39 perguntas, o formulário entregue no final de 2013, tinha o objetivo de traçar os principais desafios da Igreja para atuação pastoral no âmbito familiar. O resultado desse trabalho foi publicado em junho passado, intitulado como Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho).
A primeira parte do documento reflete sobre a família como desígnio de Deus, a necessidade de um conhecimento bíblico e magisterial sobre a questão. Já a segunda parte aborda os desafios relacionados à família, como casais que vivem juntos, separados, divorciados, divorciados que voltaram a se casar, seus filhos, mães adolescentes, os que estão em irregularidade canônica e os que pedem o matrimônio sem ser crentes ou praticantes. Por fim, a terceira parte é dedicada a temáticas relativas à abertura à vida, uniões entre pessoas do mesmo sexo, as dificuldades na recepção do magistério e sugestões pastorais.
O Instrumentum Laboris foi entregue aos membros de direito da Assembleia Sinodal. Até a data da reunião, ele será estudado e avaliado pelas Conferências Episcopais, com a proposta de suscitar questões pastorais a serem debatidas e aprofundadas durante os trabalhos da Assembleia Extraordinária e, depois, na ordinária que está marcada para o período de 4 a 25 de outubro de 2015, no Vaticano, com o tema “Jesus Cristo revela o mistério e a vocação da família”.
Texto: Jornal São Salvador com informações da CNBB
Foto de capa: www.ihu.unisinos.br / Foto interna: Rádio Vaticano



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