
Todas as semanas Zuleide Silva Menezes, paroquiana de São Pedro (Piedade), sai de casa em casa visitando os idosos e enfermos. Zuleide é ministra extraordinária da Sagrada Comunhão Eucarística e, nas mãos, com muito cuidado, ela carrega o Corpo de Cristo – consagrado anteriormente por um padre. A missão dela permite que o próprio Deus continue sendo alimento de quem, por algum motivo físico, não consegue se dirigir a uma Igreja.
O ministério extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística nasceu na Igreja e para a Igreja. Os Ministros são fiéis leigos cuja missão é facilitar a distribuição da Sagrada Comunhão, seja em Igrejas, capelas, hospitais, residências particulares ou onde não seja possível a presença de um sacerdote. O serviço litúrgico requer uma séria formação bíblica, teológica, litúrgica e pastoral.
De acordo com o padre Gilson Magno dos Santos, capelão de Nossa Senhora da Vitória, o ministro da Eucaristia é também uma pessoa de oração. “É um adorador. Ele tem contato com aquilo que a Igreja tem de mais sublime, que é a Divina Eucaristia. O Corpo, o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”, diz.
Assim como Zuleide, cerca de dois mil homens e mulheres se dedicam à missão como ministros da Comunhão, auxiliando os padres na Arquidiocese de Salvador. “Eu sinto que Deus me chamou. É um serviço da Igreja e não basta apenas dizer o ‘sim’, mas é também ter a disposição para levar o Corpo de Cristo. Me sinto honrada. A Eucaristia é um mistério de fé”, afirma Zuleide.
Para o ministro Paulo Studart, da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, a missão deve ser cumprida com amor, alegria e responsabilidade. “Procuro ser digno de levar a Eucaristia e isso tem sido muito rico, porque eu e minha esposa fomos conduzidos a ministros. É com muita alegria que a gente serve. Eu digo que nós não somos ministros da comunhão, mas sim nós somos ministros de comunhão. Levamos Jesus e trazemos a Igreja para os doentes”, diz.
O ministério

O serviço dos ministros da Comunhão foi constituído pelo Papa Paulo VI, nainstrução Fidei Custos, em 1969. Já no ano de 1973, o documento Immensae Caritatisconfirmou esta constituição, com as palavras: “O Sumo Pontífice achou oportuno instituir ministros extraordinários, que possam comungar por si mesmo e distribuir a outros fiéis a Sagrada Comunhão” (IC).
A investidura dos ministros compete ao bispo da Diocese – no caso de Salvador, ao arcebispo Dom Murilo Krieger ou aos seus auxiliares. A indicação do candidato pode ser realizada pela comunidade na qual a pessoa participa e o pároco será responsável tanto pela formação quanto pela apresentação ao bispo.
Segundo os documentos da Igreja, os candidatos a exercerem o ministério extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística devem ser pessoas idôneas e especialmente escolhidas para tal ministério; devem ter participação ativa e ser bem aceitas na comunidade; devem ter condições e desejo de preparar-se para a missão; devem distinguir-se pela boa reputação, o modo de ser cristão e de viver a fé, além de contar com o apoio e o consentimento do cônjugue e da família.
“Essa missão é muito especial. Quem aceita tem que ter certeza que quem vai receber a Comunhão, também vai receber a mesma graça. Há uma renovação espiritual no momento em que levamos Jesus para o outro e essa outra pessoa deseja ardentemente receber o Senhor. Além disso, ser ministro da Comunhão é ter um voto de confiança da comunidade”, afirma a ministra Carla Bispo, que exerce a função desde 2001.



por