Antes de concluir a Missa, o Papa convidou à Comunhão espiritual nesse período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em todo o mundo, e que causou suspensão das Missas com participação do público na Itália. Francisco terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística.
“A todos aqueles que estão longe e acompanham a Missa por televisões, convido a fazer a comunhão espiritual: Aos vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso e na Vossa santa presença. Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, desejo receber-vos na pobre morada que meu coração vos oferece. À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em vós, espero em vós. Eu vos amo. Assim seja.”
Confira abaixo a homilia do Papa, transcrita pelo Vatican News:
“O Evangelho (Mt 1,16.18-21.24) nos diz que José era “justo”, ou seja, um homem de fé, que vivia a fé. Um homem que pode ser incluído na lista de todas aquelas pessoas de fé que recordamos hoje no Ofício das leituras. Aquelas pessoas que viveram a fé como fundamento daquilo que se espera, como garantia daquilo que não se vê, e a prova não se vê. José é homem de fé: por isso era “justo”. Não somente porque acreditava, mas também vivia esta fé. Homem “justo”. Foi eleito para educar um homem que era verdadeiro homem, mas também era Deus: era preciso um homem-Deus para educar um homem assim, mas não havia.
Esta é a santidade de José: levar adiante a sua vida, o seu trabalho com justeza, com profissionalismo; e no momento, entrar no mistério. Quando o Evangelho nos fala dos sonhos de José nos faz entender isto: entra no mistério.
Penso na Igreja, hoje, nesta solenidade de São José. Os nossos fiéis, nossos bispos, nossos sacerdotes, nossos consagrados e consagradas, os Papas: são capazes de entrar no mistério? Ou precisam ajustar-se segundo as prescrições que os defendem daquilo que não podem controlar? Quando a Igreja perde a possibilidade de entrar no mistério, perde a capacidade de adorar. A oração de adoração é possível somente quando se entra no mistério de Deus.
Peçamos ao Senhor a graça que a Igreja possa viver na concretude da vida cotidiana e também na concretude “do mistério”. Se não puder fazê-lo, será uma Igreja pela metade, será uma associação piedosa, levada adiante por prescrições, mas sem o sentido da adoração. Entrar no mistério não é sonhar; entrar no mistério é precisamente isto: adorar. Entrar no mistério é fazer aquilo que faremos no futuro, quando chegaremos à presença de Deus: adorar. Que o Senhor conceda à Igreja essa graça”.



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