Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador completou 65 anos de sacerdócio

Para marcar os 65 anos de Ordenação Presbiteral do Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, foi celebrada a Santa Missa em Ação de Graças nesta quarta-feira (29), no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Londrina, no Paraná. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese de Londrina, Dom Geremias Steinmetz, e concelebrada pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha; pelo também Arcebispo Emérito da Sé Primacial, Dom Murilo Krieger; pelo Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer; pelo Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Maringá, Dom Anuar Battisti; pelo bispo da Diocese de Cornélio Procópio, Dom Manoel João Francisco; pelo bispo da Diocese de Jacarezinho, Dom Antonio Braz Benevente; pelo Arcebispo Emérito de Manaus, Dom Luiz Vieira; pelo bispo de Apucarana, Dom Carlos José de Oliveira; e pelo bispo eleito da Diocese de Cornélio Procópio, monsenhor Marcos José.

Durante a homilia, Dom Geremias destacou o testemunhou sobre momentos vividos ao lado do Cardeal. “Que a palavra de Deus escolhida para este momento tão importante na vida de Dom Geraldo e também na vida da Igreja, da nossa Igreja diocesana, mas também de várias outras dioceses pelo Brasil, possa ecoar no coração de cada um como reconhecimento, mais uma vez, do grande ministério que exerceu Dom Geraldo. Dom Geraldo, eu me lembro que, entre os anos de 1978 e 1979, em Palmas, uma terra fria, eu ouvia falar, através de Dom Agostinho, sobre o bispo novo de Toledo. E ficava admirado sobre o trabalho que o senhor fazia, do modo como apresentava discussões. Já muitos anos mais tardes, em Roma, eu o conheci pessoalmente”, disse.

Em seguida, Dom Odilo falou sobre o pastoreio de Dom Geraldo, vivenciado com amor e carinho. “Eu tive a graça de conviver com Dom Geraldo em alguns momentos prolongados da vida dele e da minha vida. Naturalmente, minhas palavras são de apreço, de admiração por Dom Geraldo, por aquilo que ele deixou como marca em minha vida, assim como deixou na vida de muitas pessoas. A vida sacerdotal de Dom Geraldo foi marcada sempre por um grande amor à Igreja, e quem tem a graça de conhecê-lo de perto pode testemunhar as suas virtudes de pessoa afável, atenciosa e bondosa. Ele tem a virtude de criar laços de amizade e de comunhão entre as pessoas, e é capaz de dar atenção a todos, com muita paciência, sendo alguém que ama e que se faz amar. Por onde passou, ele conquistou e deixou amigos que lhe querem bem ao longo o tempo que passa. Seu amor à Igreja se manifesta através do seu grande testemunho de vida sacerdotal como serviço à Igreja, como testemunho de vida cristã”, afirmou.

Após a Comunhão Eucarística, o Cardeal Dom Sergio da Rocha transmitiu, com gratidão, a bênção apostólica, enviada pelo Papa Francisco ao Cardeal Dom Geraldo Majella. “Venerável irmão, Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo, repleto de sentimentos de júbilo por ocasião do 65º aniversário de sua ordenação sacerdotal, de bom grado uno-me à Solene Celebração de Ação de Graças e asseguro-lhe as minhas preces de gratidão ao Altíssimo por estes 13 lustros de dedicação e serviço ao povo de Deus, nos diversos encargos pastorais que lhe foram confiados, sempre conduzido pela fé unida à caridade, como manifesto em seu lema. Como penhor destes votos, envio-lhe de coração a bênção apostólica”, escreveu o Papa Francisco.

Dom Sergio também expressou, com alegria, em nome da Sé Primacial, uma mensagem ao Cardeal. “Antes de mais nada, todos nós agradecemos, de coração, ao Papa Francisco por suas orações, pela sua bênção e pela mensagem tão bonita enviada a Dom Geraldo. Irmãos e irmãs, em nome da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, juntamente com o nosso Arcebispo Emérito, Dom Murilo Krieger, quero expressar, primeiramente a Dom Geraldo, as orações, as felicitações, um abraço muito afetuoso da Igreja Primaz do Brasil. Nossa profunda gratidão pelos anos em que Dom Geraldo foi nosso Arcebispo, em Salvador, de janeiro de 1999 a janeiro de 2011, servindo sempre com fidelidade e dedicação generosa”. Logo após, Dom Geraldo recebeu, pelas mãos do padre Anastácio Gilberto, representando o clero da Arquidiocese de Salvador, uma imagem da Santa Dulce dos Pobres.

Dom Geraldo

Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 19 de outubro de 1933, Dom Geraldo é o terceiro filho de uma família formada por oito irmãos. Os pais Antônio Agnelo e Sílvia Spagnolo Agnelo o batizaram aos quatro meses de vida. Ao completar 12 anos, Dom Geraldo iniciou o curso ginasial no Seminário Menor de Santo Antônio, em Juiz de Fora, continuando os estudos em 1948, no Seminário Menor de São Paulo, em Pirapora do Bom Jesus, dirigido pela Ordem dos Premonstratenses (O.Praem).

No ano de 1951 Dom Geraldo iniciou o curso de Filosofia no Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga, na capital paulista. A licença em Filosofia foi obtida anos mais tarde na Faculdade de Filosofia da Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo. Em 1954 Dom Geraldo se inscreveu na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, obtendo a licença no ano de 1957.

A Ordenação Sacerdotal aconteceu no dia 29 de junho de 1957, na Catedral da Sé, em São Paulo, pelas mãos do então Arcebispo de São Paulo, Dom Antonio Maria Alves de Siqueira. Como presbítero exerceu as funções de Diretor Espiritual no Seminário Vestibular Santo Cura d’Arns para Vocações Adultas, no Seminário Filosófico em Aparecida e no Curso Teológico do Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga.

No dia 13 de janeiro de 1999 o Papa João Paulo II nomeou Dom Geraldo como Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia, tendo tomado posse canônica em 11 de março do mesmo ano. Dom Geraldo foi o 26º Arcebispo da Arquidiocese de Salvador.

No dia 21 de janeiro de 2001 Dom Geraldo foi eleito Cardeal da Santa Igreja Romana, junto com 43 novos cardeais da Europa, Ásia, África e América, os primeiros do novo milênio.Em fevereiro do mesmo ano, no Consistório do Vaticano, receberam do Papa João Paulo II o barrete vermelho e o anel, sinais da dignidade cardinalícia e do compromisso que pode exigir do Cardeal o heroísmo coma entrega total de si mesmo a Deus e aos irmãos.

Fotos: Cleide Braga / Lúcia Pina