Pelo segundo ano consecutivo, a procissão do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, que reúne milhares de pessoas nas ruas do centro da cidade de Salvador, não foi realizada devido ao avanço da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Na Catedral Basílica de Salvador, o Cardeal Dom Sergio da Rocha, presidiu a Santa Missa, às 10h, que contou com o número limitado de fiéis – apenas 30% do total da capacidade do templo.

Logo no início da Celebração Eucarística, o Cardeal abençoou os ramos de palmeiras, que foram distribuídos aos fiéis. Em seguida aconteceu a leitura do Evangelho que relata a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e de uma breve procissão – apenas com o cardeal, o pároco da Catedral, padre José Abel Pinheiro, os diáconos e os seminaristas – da entrada do templo até o altar. Quem estava participando presencialmente acompanhou sem sair do lugar, mantendo o distanciamento social.

“Hoje nós recordamos a entrada de Jesus em Jerusalém, a acolhida que Ele recebe do povo que ali está, que canta e sacode os ramos, reconhecendo Nele o Messias esperado, o Senhor, o Salvador. Hoje, nós repetimos este gesto, ainda que som simplicidade, com as limitações da pandemia, mas estamos manifestando a nossa fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e o nosso reconhecimento de que Jesus é o Messias esperado, o nosso Senhor, o nosso Salvador”, afirmou o Cardeal.

Dom Sergio destacou, também, que muitos fiéis costumam guardar os ramos do Domingo de Ramos ao longo de todo o ano, para recordar, de modo especial nos momentos mais difíceis, que Jesus é o Salvador. “Nós reconhecemos que Jesus é o Senhor na Sagrada Liturgia, e depois permanecemos com essa fé ao longo do ano, especialmente nos momentos mais difíceis. Mas, ainda que este ano nós não tenhamos os ramos, como de costume, que seja de coração que cada um de nós e de quem participa desta Eucaristia, através dos meios de comunicação, reconheça esta fé em Jesus. Nós aceitamos Jesus como Senhor, nós O reconhecemos como o Salvador das nossas vidas, especialmente neste tempo tão difícil que estamos atravessando”, disse.

No calvário com Jesus

Durante a homilia, ao refletir sobre o Evangelho, a leitura da Paixão e das demais leituras da liturgia deste domingo, Dom Sergio falou sobre a importância da confiança em Jesus. “Hoje nós estamos vivendo este tempo de cruz. Na pandemia, temos a ocasião de subir o calvário e permanecer aos pés da cruz, de permanecer com Cristo. Nesta pandemia temos a ocasião de subir o calvário com aqueles que carregam a cruz, com aqueles que estão unidos à Paixão de Cristo. Por isso, seja nos nossos lábios ou nosso coração, seja nos lábios ou no coração dos que mais sofrem, que esta oração esteja presente: ‘O Senhor Deus é o meu auxiliador, não nos deixeis abater’”, destacou.

O Cardeal conclamou os fiéis a meditarem, com mais intensidade, a Paixão de Jesus durante toda a Semana Santa. “Nós vamos seguir nos passos de Jesus durante esses dias, primeiramente através da oração e da meditação da Sua Paixão. Aproveite essa semana para ler e meditar sobre a Paixão de Cristo. Acabamos de ouvir o relato de Paixão do Evangelho de São Marcos, leia, medite e reze com essa passagem. Faça os exercícios da Via Sacra, ainda que seja dentro da própria casa, por causa da pandemia. Na Sexta-feira Santa, nós estaremos meditando a passagem da Paixão do Senhor narrado pelo evangelista João”, disse.

Presença na distância

Para que os fiéis pudessem participar da Celebração Eucarística sem sair das casas, evitando, assim, a disseminação do novo coronavírus, a Pastoral da Comunicação Arquidiocesana realizou a transmissão, ao vivo, pelo Facebook; e a Rede Excelsior de Comunicação transmitiu pelas ondas da AM 840 e FM 106.1.

Fotos: Sara Gomes