Padre Antônio Niemiec – O Documento de Aparecida lembra que a Igreja em seu início se formou nas grandes cidades de seu tempo e se serviu delas para se propagar. Por isso, podemos realizar com alegria e coragem a evangelização da cidade atual […]. Mas se percebem atitudes de medo em relação à pastoral urbana (cf. DAp 513).
A cidade é espaço de missão. Nenhuma Igreja, hoje em dia, pode considerar que é capaz de conquistar uma cidade e de manter o seu domínio sobre os seus habitantes. Uma religião que cai na passividade, ou se fecha no seu passado, será progressivamente encostada e eliminada da cidade. Nada é estável. Para se manter, uma religião deve estar num estado permanente de missão. Para compensar as perdas, precisa ganhar novos adeptos sem parar.
Até os convertidos deixam de perseverar se a sua fé não se renova sem cessar. É preciso renovar sem cessar as adesões, fazer novos membros e cuidar da fidelidade dos membros mais antigos.
É por isso que o papa Francisco nos exorta, constantemente, para que sejamos uma Igreja em saída…. Mas, comunicar o Evangelho não é a preocupação dominante da maior parte dos cristãos na atualidade. Talvez seja esse o maior problema da Igreja na cidade (J. Comblin, Os desafios da cidade no século XXI, Paulus, São Paulo 2002).
O desafio que se impõe às paróquias é evangelizar uma sociedade em rápida mudança, que gera comportamentos inéditos e apresenta novos problemas éticos. Não há receitas prontas para a pastoral, nem fórmulas válidas para evangelizar todas as situações (Material de trabalho da Assembleia da CNBB, Comunidade de comunidades: uma nova paróquia, n. 89).
Foto de capa: Diário da Região