No fundo do Santuário da Bem Aventurada Dulce dos Pobres, antes de começar a Missa Festiva em homenagem à Irmã Dulce, neste sábado (13), Anderson Farias de Ribeiro aguardava ansioso o início das homenagens àquela que considera a sua protetora. O garoto de 17 anos veio de Brotas de Macaúbas, a 290 quilômetros de Salvador, para a solenidade. “Quando encosto no túmulo dela, sinto algo por dentro”, afirma o menino, que teve paralisia cerebral, lesão também conhecida, como ele mesmo diz: encefalopatia crônica não progressiva.

Acompanhado pela mãe, Dona Marivete, ele conta que esteve no local pela primeira vez em 2009, quando recebeu um diagnóstico que apontava para a possibilidade de uma intervenção cirúrgica nos olhos. “Vim aqui e pedi a ela para que não precisasse ser feita essa cirurgia e quando fiz os exames, descobri que não ia precisar”, conta. “Tudo o que ele pede a Irmã Dulce, ele consegue”, diz a mãe do garoto que revela ter embarcado nessa devoção através do filho, que recebe tratamento nas Obras Sociais deixadas pela Bem Aventurada Dulce dos Pobres.

Na primeira fileira do centro do santuário, mãe e filho participaram da Celebração Eucarística presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que destacou três carismas na homenageada do dia 13 de agosto: “o testemunho, pela maneira como viveu, o exemplo de que ninguém faz nada sozinho, porque ela encontrou pessoas que perpetuaram a sua obra, e nos ensinou a acolher Jesus na Igreja”, afirmou. Todo esse caminho foi percorrido com persistência, não à toa, o arcebispo lembrou as palavras de Irmã Dulce: “se fosse preciso, começaria tudo outra vez, pelo mesmo caminho de dificuldades, porque a fé que nunca me abandona me daria forças para seguir em frente”.

Reconhecimento

Na Jornada Mundial da Juventude deste ano, em Cracóvia, Irmã Dulce foi homenageada como um dos santos da misericórdia da América Latina, reconhecimento que deixou ainda mais felizes os devotos da beata cujo processo de canonização está em curso. O reitor do santuário, frei Vandeí Santana afirma que este ano, o novenário foi ainda mais especial. “Neste Ano Santo da Misericórdia, fizemos uma releitura da vida de Irmã Dulce sob a ótica da misericórdia, por meio de fotos dela representando obras como ‘daí de comer a quem tem fome’, ‘daí de beber a quem tem sede’ e assim por diante”, refere-se aos painéis que durante a Missa foram levados até o Altar durante a procissão do Ofertório.

Para Maria Rita Pontes, sobrinha da religiosa e superintendente das Osid, “13 de agosto é o dia mais importante do calendário, porque é o dia da festa do reconhecimento de tudo o que Irmã Dulce fez e sua obra continua fazendo”, comemora. Os beneficiários dessas obras também se integraram aos fieis que participaram da Missa, alguns deles em cadeiras de rodas, por isso, ocupando lugares especiais, nas laterais do templo, próximo ao Altar. A Celebração foi presenciada também por autoridades, entre elas o prefeito de Salvador, ACM Neto.

Ao final da missa, frei Vandeí homenageou pessoas que contribuem para a continuidade das OSID. O pequeno Gabriel Weber, que aos 9 anos costuma realizar campanhas entre amigos, colegas de escola e parentes para arrecadar recursos para suprir as necessidades das obras sociais. Osvaldo Lima, aposentado e sócio-protetor das OSID, também recebeu um tributo pelo trabalho de divulgação de informações relacionadas a Irmã Dulce e, principalmente, pela doação de si próprio a este trabalho. O terceiro homenageado foi Dom Murilo Krieger,pela condução da Arquidiocese de Salvador.

Fotos: Luana Assiz