Dia de Unidade de Oração: Comunidades são convidadas a rezar pelo Afeganistão em 1º de dezembro

A Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se une à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na promoção do Dia de Unidade de Oração, celebrado nesta segunda-feira, 1º de dezembro. A iniciativa convida todas as comunidades a dedicar um dia de oração pelo Afeganistão, país que enfrenta um grave cenário de violações à liberdade religiosa e aos direitos humanos.

Segundo a ACN, que apresentou em 2021 seu Relatório sobre Liberdade Religiosa, o Afeganistão permanece, há mais de duas décadas, entre as nações que mais ferem esse direito fundamental. O documento destaca que, especialmente nos últimos três anos, aumentaram os ataques contra locais de culto, líderes religiosos e fiéis.

A análise da fundação é contundente: todos aqueles que não aderem à visão extremista do Talibã estão em risco – inclusive muçulmanos sunitas moderados. A situação é ainda mais grave para xiitas, que representam cerca de 10% da população, e para outras minorias religiosas, como cristãos, hindus e budistas. A pequena comunidade católica, por exemplo, conta com apenas 200 fiéis registrados.

Além das perseguições internas, a ACN alerta para o impacto internacional da legitimação do novo emirado. Países que reconhecem o regime talibã podem incentivar outras nações autoritárias a intensificar restrições às liberdades fundamentais. O cenário, afirma a entidade, pode favorecer o surgimento de novas facções extremistas, ampliando riscos em regiões como Paquistão, Palestina e Síria.

As negociações entre Talibã, Ocidente e governo afegão, conduzidas em Doha desde 2020, permanecem pouco transparentes, o que impede avaliações precisas sobre seus efeitos. A fuga repentina do ex-presidente Ashraf Ghani e o fechamento de diversas embaixadas ocidentais também ampliam as incertezas diplomáticas.

Diante desse quadro, a ACN reforça o apelo para que a comunidade internacional defenda os direitos humanos dos afegãos, especialmente o direito à liberdade religiosa.

“Chamamos nossos benfeitores e amigos a continuar em oração durante este período profundamente perturbador da história do Afeganistão”, afirma a fundação.

Perspectivas preocupantes

No atual contexto de isolamento político e fragilidade institucional, as minorias religiosas enfrentam dupla vulnerabilidade: sofrem tanto a repressão do Talibã quanto os ataques do grupo extremista Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP). Relatos apontam para uma escalada de violações, que incluem perseguições, discriminação e episódios de violência sistemática.

Apesar das tentativas das autoridades de fato de conter o ISKP, o grupo adotou uma nova estratégia baseada em guerra urbana e estrutura descentralizada, ampliando sua capacidade de desestabilização.

A combinação desses fatores indica que as perspectivas para a liberdade religiosa no Afeganistão permanecem extremamente negativas, reforçando a urgência de iniciativas de solidariedade, vigilância internacional e oração.

Dia de Unidade de Oração
O Dia de Unidade de Oração é uma iniciativa mensal organizada pela ACN, com a renovada parceria da CNBB, fortalecendo essa ação de solidariedade e comunhão. A cada mês, os cristãos serão convidados a se unir em oração por uma nação específica, especialmente aquelas marcadas por conflitos, perseguições religiosas e crises humanitárias.

A parceria entre a CNBB e a ACN fortalece a conexão entre o testemunho cristão e a ação pastoral, convidando todos os fieis a serem agentes de esperança e transformação.

Saiba mais
Aqui a página do Afeganistão no Relatório de Liberdade Religiosa: https://www.acn.org.br/afeganistao/

Aqui, uma página com as notícias mais recentes publicadas pela ACN sobre o Afeganistão (que são sobretudo sobre a tomada de poder no ano de 2021): https://www.acn.org.br/afeganistao-acn-ve-futuro-sombrio-para-a-liberdade-religiosa/

Com informações da ACN