Celebrado desde 1985, quando o papa fez um apelo aos jovens para que se manifestassem durante a caminhada de Ramos, que este dia  passou a ser também o Dia Mundial da Juventude. Na data, jovens de todo o mundo se mostram como Igreja viva e provam à comunidade como a juventude católica pode fazer diferença na evangelização.

“Como acontece todos os anos, os jovens são convidados a participar da Caminhada de Ramos, ocasião importante para o testemunho da alegria que brota da fé no Cristo que se entrega por amor na Semana Santa. Este ano a mensagem é tirada das bem-aventuranças do evangelho de S. Marcos, ‘Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus’ (Mt 5, 8), explica Dom Gilson Andrade da Silva, bispo auxiliar de Salvador.

Setor Juventude

Bispo referência da juventude em Salvador desde a JMJ 2013, Dom Gilson acompanha de perto as atividades do setor que envolve todos os carismas jovens que a arquidiocese de salvador possui, mas sente falta de uma maior participação das foranias. “Percebo que a cada ano cresce a representatividade dos segmentos juvenis no Setor Juventude. Ultimamente temos trabalhado para que as foranias também tenham seus representantes no setor, uma vez que nos interessa muito apoiar o trabalho de evangelização da juventude que se faz nas paróquias”, diz.

Um dos articuladores do setor, Geovane dos Anjos, vê ao dia mundial da juventude como um momento em que todos os segmentos podem, juntos, refletir sobre o papel do jovem na Igreja. “É importante que nossos segmentos se aliem no sentido Igreja. Temos carismas diferentes, mas todos somos jovens católicos. No dia mundial da juventude o setor celebra isso junto”, conta.

Flash mob

Uma das formas que o setor juventude encontrou de se manifestar na caminhada de ramos foi por meio de um flash mob apresentado após a celebração realizada na praça Castro Alves.

Organizado pelo grupo Agitê juventude, grupo que nasceu a partir do primeiro flash mob, em 2013, reuniu cerca de 30 jovens para dançar a música ‘Nova Geração’, de padre Zezinho. “Fazemos o Flash Mob com a finalidade de motivar a juventude, dinamizando e evangelizando de forma criativa. O objetivo é incentivar a juventude a participar das atividades católicas, mostrando que somos iguais, porém com atitudes diferentes”, explica o coordenador do Agitaê e também articulador do setor , Silvanei Santos.

A jovem Natália Cordeiro, coreografa desse ano, não vê momento melhor para a representação juvenil. “Já é o terceiro ano que a gente faz e é sempre uma expectativa porque foi a partir do flas mob que o Agitaê Juventude nasceu. Então a gente sempre fica motivado, no sentido de sermos instrumentos”, relata.

JMJ – Rumo à Cracóvia

E por falar em motivação, a juventude de Salvador agora está de olho em 2016. Com os preparativos para Jornada Mundial em Cracóvia, o setor espera por um número de jovens maior que no ano que antecedeu a JMJ Rio.

Dom Gilson explica porque é importante que o jovem soteropolitano viva de fato a preparação para a jornada. “É um desafio constante oferecer aos jovens razões para continuar caminhando na fé em comunhão com os seus irmãos. Os jovens estão em nossas comunidades, mas nem sempre têm a disponibilidade para participar dos eventos pensados para eles. A JMJ mostrou que os jovens aderem mais facilmente a uma proposta com objetivos e meios claros”, diz.

Márcio Matos, secretário da JMJ Salvador, acredita na força que a jornada tem e busca viver como um jovem de Cristo, disposto a dar exemplo. “Sou testemunha do poder que a Jornada Mundial da Juventude tem na vida de um jovem. Estar à frente de qualquer atividade na Igreja, requer muito compromisso, disciplina e responsabilidade. Acredito que o meu compromisso em relação a esses jovens está na minha forma de viver, nos meus atos e escolhas e mostrar a eles que vale a pena ser de Deus”, explica.

Silvanei viu a JMJ 2013 como ‘fonte de energia’ e diz que agora os jovens estão bem mais motivados. “A JMJ Rio 2013, foi como uma fonte de energia que concentrou na Juventude através do tema “Ide pelo mundo e evangelizai,” proporcionando assim uma alegria contagiante onde os jovens agora buscam muito mais”, diz.

“Os jovens se entusiasmam, sim, pelos valores da sua fé, mostram-se atraídos por eles. Vejo que a JMJ é um modelo interessante de proposta. Nela existe um convite a aprofundar a fé de forma jovial através das catequeses, uma grande rede de amizade e de solidariedade no trabalho voluntário, não descuidando do caráter celebrativo e alegre da fé católica, tendo Cristo Eucarístico no centro de tudo”, completa Dom Gilson.

Juventude de alegria

Em meio aos festejos do dia mundial da juventude, os jovens de cristo não pareciam segmentados. O entusiasmo e alegria eram os mesmo que os uniu durante a JMJ. “O Domingo de Ramos é o Dia Mundial da Juventude, pois são os jovens os primeiros a aclamarem Jesus como Rei em meio à multidão que o acolhia na entrada triunfal em Jerusalém. É oportuno que as duas realidades estejam relacionadas uma vez que os jovens são na Igreja uma recordação constante de que o testemunho da fé só pode ser feito com eficácia quando se tem alegria. A alegria é garantida quando não se perde a esperança. Os jovens são a esperança de um amanhã que se constrói hoje”, explica Dom Gilson.

Silvanei espera por uma juventude mais afetiva e acredita que eles só precisam de um olhar especial. “Vejo uma juventude que busca mais viver no evangelho, mas também por outro lado, existe uma carência devido a afetividade. Os jovens são tentados todos os dias, pois o mundo está cada vez mais atrativo e sedutor, lidamos com divergências de ideias, de comportamento e temos que ter um olhar atencioso e acolhedor para não afastar a juventude”, fala.

“A fim de contagiar os jovens a frase que sempre carrego é a do papa João Paulo II, quando escreveu aos jovens. Ele disse: ‘A felicidade que procurais, a felicidade que tendes o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré’. E a gente quer trazer essa nossa alegria de sermos juventude católica, para que outros se sintam contagiados com essa alegria também”, declara Natália.

Márcio acredita que o jovem necessita estar inserido no contexto e contribuir para sua construção. “O mundo evolui constantemente, e as redes sociais são a grande prova disso. Com a juventude não é diferente. Os nossos jovens são cada vez mais exigentes, não querem somente sentar no banco da igreja, participar da Santa Missa, das reuniões de grupo e retornar para casa, eles querem mais. Querem ajudar na construção de uma Igreja que serve e que acolhe, contribuindo com suas ideias novas e modernas”, conclui.

Enfatizando o desejo de construir uma juventude renovada e de Cristo, não apenas no seu dia mundial, Dom Gilson encerra seu relato fazendo um apelo aos jovens com o objetivo que eles permitam que Deus dê um sentido novo à sua vida.

“Ser jovem é ter o coração sempre aberto para o novo que pode acontecer. A esperança impulsiona a juventude a seguir adiante. Portanto, jovens, permitam que Cristo dilate sempre mais sua visão e seu coração para descobrir que Ele pode dar sentido a tudo e renovar seu ânimo e sua coragem para construir um tempo novo na sua história pessoal e na história do mundo. Não tenham medo de tirar o melhor dos seus anos de juventude e oferecê-lo a Cristo, Ele é o que há de melhor na vida. Não tenham medo de fazer essa descoberta e de ajudar outros jovens a encontrar Cristo em seu caminho”, diz.