O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, celebrou nesta quinta-feira (24), na Igreja Nossa Senhora das Vitórias, a Missa pelos 25 anos do Congresso Nacional das Santas Casas e pelos 11 anos do Congresso Internacional das Misericórdias, que ocorrem simultaneamente até esta sexta-feira, no Hotel Pestana. Nesses eventos, especialistas e autoridades nacionais, portugueses e espanhóis apresentam a situação da saúde em seus respectivos países, à luz do tema central “Imagem, Gestão e Sustentabilidade: os elos entre o passado e o futuro das Misericórdias”.
Em sua homilia, Dom Murilo falou sobre o acolhimento aos mais necessitados, como uma prática inspirada no exemplo de Jesus Cristo. “Aprendemos no Evangelho que o Amor ao próximo e a caridade são faces da mesma moeda. Se em nossas obras, faltar o amor, elas se descaracterizam. A caridade nasce da certeza de que no próximo, vejo o rosto de Jesus, independentemente de religião, raça ou qualquer coisa”, afirmou.
O arcebispo lembrou a origem dessas entidades, que nasceram da necessidade de atender aos mais pobres. “A morte de tantas pessoas, sem apoio, ajuda e recursos, gerou um movimento que criou ambientes para esses atendimentos e passados cinco séculos, as santas casas continuam fazendo o bem. Dessa forma, vemos a ação da Graça de Deus, que conduziu tanta gente nesse período”, contextualizou, pontuando a identificação de Jesus com os enfermos. “Viemos pedir ao Senhor uma bênção para que Ele desperte e faça nascer soluções para nós”, encerrou.

A cada três anos, representantes das santas casas de todo o mundo se reúnem para traçar planos para o futuro e avaliar os resultados do período anterior. São 4.200 entidades localizadas em 22 países – no Brasil, são 2.100, em Portugal, 392 e na Itália, cerca de 800. O deputado federal e presidente da Confederação Internacional das Misericórdias, Antonio Brito, apresentou um dado significativo: “As santas casas são responsáveis por 51% das internações pelo SUS. Em muitas cidades, elas são as únicas alternativas para atendimento hospitalar. O Brasil deveria seguir o exemplo de Portugal, que durante a crise abraçou as santas casas, disse.
O provedor da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Roberto Sá Menezes, também manifestou preocupação com os impactos da crise econômica na atuação das entidades. “Fizemos todo o possível para reduzir custos, o governo federal tem de obter fonte de financiamento, porque o sistema não suporta mais. É grande o número de santas casas fechando”, afirmou.

Santa Casa da Bahia
A Santa Casa da Bahia foi fundada no mesmo ano da cidade, em 1549, em uma modesta casa de taipa, ao tempo do então Governador-Geral do Brasil, Tomé de Sousa. Por cerca de 200 anos, foi a única entidade a prestar assistência à população baiana. Trata-se de uma associação beneficente de assistência social, que se propõe ao exercício da caridade e prestação de serviços nas áreas de saúde, ensino e pesquisa, cultura, assistência social e educação infantil, inspirada nos ideais de misericórdia, por meio de suas diversas atividades.
Fotos: Luana Assiz



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