Dom Valter Magno de Carvalho presidiu a Missa animada pela Pastoral Afro Brasileira

No dia 11 de maio de 2025, a Pastoral Afro Brasileira (PAB), presente na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, animou uma Missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Periperi, para comemorar o 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo auxiliar Dom Valter Magno de Cravalho, e concelebrada pelo cônego Lázaro Muniz (coordenador da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso), pelo padre Luciano Alano (pároco da Paróquia Santa Clara), pelo padre Pablo Vazquez (pároco da Paróquia São Daniel Comboni), pelo padre Bernardino Mossi (superior da comunidade dos Combonianos), pelo padre José Carlos Santos Silva (pároco da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe), pelo padre Clóvis Souza Santos (pároco da Paróquia São Jorge), pelo frei José Jorge Rocha e pelo padre Jucimário Santana dos Santos (pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Periperi). Também estoveram presentes o diácono Paulo Cézar dos Santos Mata e membros de diferentes grupos da PAB, representando as paróquias acima citadas.

Durante a homilia, Dom Valter sublinhou a importância da PAB na Arquidiocese e destacou o trabalho desta pastoral em construir uma sociedade igualitária, justa e fraterna. Afirmou que essa Missa recorda uma data importante, que é a Abolição da Escravatura no Brasil:

“Queremos aproveitar sempre essa data para tomar consciência da necessidade de construirmos uma sociedade justa, fraterna, onde todas as pessoas, independentemente de sua raça, de sua manifestação de fé, sejam acolhidas como filhos e filhas de Deus. Esta missa é, em primeiro lugar, uma ação de graças a Deus por todo o trabalho que a Pastoral Afro Brasileira desempenha na nossa Arquidiocese ao longo dos tempos, resistindo aos desafios e às dificuldades, mantendo-se fiel ao Evangelho, levando a missão evangelizadora da Igreja nestas terras de todos os santos”, afirmou.

Queremos também suplicar a Deus que continue olhando para o povo de nossa Arquidiocese, especialmente para os irmãos negros, para aqueles que hoje na sociedade ainda enfrentam tantas realidades de preconceito e discriminação, tantas realidades que vão contra aquilo que é a vontade de Deus: uma sociedade onde todos possam viver como irmãos e irmãs. Essa liturgia é também um grito para que nós possamos continuar manifestando para a sociedade o sonho de Deus: que todos sejamos um só povo. Em nossa Igreja todos são bem-vindos, todos são acolhidos, todos são tratados como irmãos e precisamos continuar vivendo assim.

Essa Eucaristia é uma oportunidade de valorizar os elementos bonitos da cultura afro.  Através da percussão, da música, das vestes, nós também valorizamos a cultura afro. E querendo valorizar esses elementos, manifestamos algo que a Igreja não ensina em vários de seus documentos. Nós precisamos viver e celebrar a nossa fé em um processo de enculturação, para que o Evangelho do Cristo alcance a vida de todos e de todas.

Por isso, meus irmãos e irmãs, agentes da Pastoral Afro, peço ao Bom Deus que lhes dê perseverança, força, coragem para continuarem fazendo a missão evangelizadora que essa pastoral é chamada a desenvolver. Nós não fazemos nada de diferente daquilo que a Igreja nos pede.  Mas queremos manifestar a bondade e o amor de Deus na nossa vida e fazer com que essa mesma bondade alcance a vida de todos.

Amados irmão e irmãs, nossa Igreja celebra neste final de semana o domingo do Bom Pastor, Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Olhamos para o Cristo Bom Pastor, e queremos aprender que, diante dEle, nós somos ovelhas do Seu rebanho. Cada um de nós é ovelha do rebando de Cristo e Ele, o Bom Pastor, conhece as Suas ovelhas, ama Suas ovelhas, cuida das Suas ovelhas. O Bom Pastor é Aquele que vai à frente do rebanho para guiá-lo; vai no meio do rebanho para congregá-lo na unidade; e vai atrás do rebanho para protegê-lo. O Bom Pastor vai à nossa frente; não somos um rebanho de gente desorientada, nós somos guiados pelo Bom Pastor. Ele é a meta para qual nós caminhamos. Ele nos guia pelo caminho, pois Ele mesmo é o caminho”, afirmou.

Dom Valter continuou expondo as características do Bom Pastor e recordou à assembleia a sua vocação de ser bom pastor hoje pela graça do batismo: trata-se da vocação de conduzir as pessoas para Jesus. Ajudou a assembleia a refletir com esses questionamentos: será que a minha palavra e comportamento guiam as pessoas para Cristo? Será que o meu testemunho protege o rebanho na unidade ou dispersa o rebanho? Será que o meu exemplo de vida protege a vida das pessoas ou coloca a vida das pessoas em risco? Finalizou a homilia pedindo a oração pelas vocações.

No final da Missa, Dom Valter parabenizou e exortou a Pastoral Afro com essas palavras: “Às vezes essa pastoral enfrenta preconceito, falta de compreensão da parte das pessoas. Desse modo, muitos se privam de participar do encontro fraterno, da Eucaristia, perdendo a oportunidade de participarem de uma liturgia tão linda como a que acabamos de celebrar. Então, agentes da Pastoral Afro Brasileira, continuem firmes. Valorizemos sempre mais a diversidade dos dons, isso é uma graça do Espírito. Precisamos todos crescer na comunhão e na unidade. Há diversos dons, há diversos carismas, mas somos unidos na mesma fé. Então esse é o caminho que nós queremos seguir.  Aqui a diferença se encontra apenas nos cantos com mais percussão. Amados agentes da Pastoral Afro, coragem, força e perseverança. Que nada lhes distraia. Que nada tire de vocês o entusiasmo de continuarem evangelizando outros irmãos e irmãs através daquilo que é próprio a essa pastoral. Bendito seja Deus pela Pastoral Afro em nossa Arquidiocese”, disse.

Texto e fotos enviados pelo padre Bernardino Mossi