
Na manhã deste domingo, 13 de abril, milhares de fiéis participaram com fervor da celebração do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, no Centro da capital baiana, dando início à Semana Santa na Arquidiocese de São Salvador da Bahia. A concentração começou às 7h, na Praça do Campo Grande, onde os presentes rezaram o Terço. Às 7h30, o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, presidiu a bênção dos ramos. Logo após, o Evangelho foi proclamado e teve início a procissão. “O Domingo de Ramos tem uma importância toda especial, pois nesse dia nós iniciamos a Semana Santa, recordando um gesto muito significativo do povo, que foi acolher Jesus nas portas de Jerusalém com hinos, com ramos, com mantos, e hoje nós repetimos esse gesto expressando a nossa fé. Os ramos são sinais de que nós reconhecemos que Jesus é o Salvador, é o Messias esperado, é o Senhor, tanto que os ramos expressam a nossa fé em Cristo, mas também a nossa fidelidade a Jesus. Jesus entra em Jerusalém para sofrer a Paixão e a Morte na Cruz, portanto não é uma simples entrada festiva. O povo que acolhe Jesus como Rei e como Senhor, deveria também acolher Jesus como Salvador na hora da Cruz; e nós, hoje, somos chamados a fazer isso: a reconhecer que Jesus é o Senhor, nosso Salvador”, afirmou o Cardeal.
Entre forte chuva e tempo de estiagem, os fiéis seguiram pela Avenida Sete de Setembro em direção à Praça Municipal. Ali, em frente ao prédio da Prefeitura, aconteceu a Missa campal, que foi concelebrada pelos bispos auxiliares, Dom Marco Eugênio Galrão e Dom Dorival Barreto; pelo vigário-geral, padre Gabriel dos Santos Filho; pelo ecônomo, padre André Alencar, e por outros sacerdotes da Sé Primacial da Igreja no Brasil. Entre os milhares de féis, também participaram da Celebração Eucarística o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e a vice-prefeita, Ana Paula Matos.

“O Domingo de Ramos é o primeiro grande momento da Semana Santa, que vai ser concluída com a celebração da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Portanto, aquele que hoje nós recebemos como nosso Senhor, que entra em Jerusalém montado humildemente num jumentinho como Rei da Paz, é Aquele que vai passar pela Cruz, mas chegará à ressurreição. Por isso é que hoje é uma caminhada de fé, uma caminhada de amor fraterno, uma caminhada de esperança em Jesus, que é nosso Senhor”, asseverou Dom Sergio.
Domingo de Ramos e a esperança jovem na Igreja
A presença dos jovens nas celebrações do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor tem raízes profundas e um significado especial. Foi São João Paulo II, ainda no início do pontificado, quem convidou os jovens a viverem esse dia como um testemunho público de fé, especialmente na Europa, onde o Domingo de Ramos já não tinha a força celebrativa que conhecemos no Brasil. O desejo do então pontífice era simples e poderoso: que a juventude pudesse caminhar com Jesus, viver a fé com coragem e alegria.
“O Papa São João Paulo II quis oferecer à juventude uma ocasião especial para viver e expressar a fé publicamente. Mas, no Brasil, nós temos outro momento dedicado à juventude. Além do Domingo de Ramos, nós temos o Dia Nacional da Juventude, no final do mês de outubro. Portanto, são dois momentos em que a juventude é convidada a participar especialmente da vida da Igreja. Nas nossas paróquias, nós temos a graça de contar com muitos jovens atuando em diversos trabalhos pastorais, mas, sobretudo, na liturgia e no canto. Por isso, hoje, Domingo de Ramos, nós temos nas nossas paróquias muitos jovens que estão atuando na celebração litúrgica e também na procissão. E aqui, entre nós, é claro que é uma alegria poder contar com jovens que vieram representando as nossas paróquias, uma vez que a nossa celebração de Ramos se realiza não só aqui no centro da cidade, mas em todas as comunidades”, disse Dom Sergio.

Coleta da Solidariedade e Jubileu da Esperança
Além de marcar o início da Semana Santa e o encerramento do Tempo Quaresmal, o Domingo de Ramos também foi momento de vivência da solidariedade cristã. Em todas as paróquias do Brasil, inclusive na capital baiana, foi realizada a Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade 2025, cujo tema é “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1, 31). A coleta tem como finalidade apoiar projetos sociais que promovem a dignidade humana e o cuidado com os mais necessitados. 60% dos recursos arrecadados permanecem na Arquidiocese, enquanto os outros 40% são destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade, coordenado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
É importante destacar também que, este ano, o Domingo de Ramos teve um brilho ainda mais especial ao ser celebrado no contexto do Jubileu da Esperança, convocado pelo Papa Francisco. A entrada de Jesus em Jerusalém, aclamado pelo povo com ramos nas mãos, simboliza a esperança que brota da fé no Cristo que vence a morte. A procissão, as orações e a presença firme do povo de Deus, mesmo sob a chuva, tornaram-se sinais concretos dessa esperança jubilar que anima e fortalece a caminhada da Igreja.

“A Semana Santa é um tempo especial de graça e de bênçãos de Deus que nós não podemos deixar passar em vão. É preciso participar da Semana Santa desde esse primeiro momento, seguir os passos de Jesus que entra em Jerusalém e sofre a Sua Paixão e Morte na Cruz. Por isso, hoje é o nosso primeiro grande gesto de participação da Semana Santa. Caminhar juntos, unidos a toda a Igreja, e caminhar na fé em Cristo, aceitando Jesus como nosso Senhor, como nosso Salvador, já que os ramos querem expressar justamente o reconhecimento de que Jesus é o Messias esperado. Ele entra como o Rei da paz, como o Rei que é simples. Ao invés da entrada triunfal de tantos chefes militares e reis daquele tempo, Jesus entra em Jerusalém humildemente montado em um jumentinho”, concluiu Dom Sergio.
A cobertura desta celebração e de toda a programação da Semana Santa está sendo realizada pelo Setor de Comunicação da Arquidiocese de Salvador e pela Rede Excelsior de Comunicação, que têm acompanhado cada momento com imagens, entrevistas e transmissões ao vivo, possibilitando que todos participem, mesmo à distância, deste tempo tão especial para a Igreja.



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