Com o objetivo de despertar o espírito de caridade, partilha, fraternidade e de amor ao próximo, a Igreja no Brasil realiza no Domingo de Ramos – este ano dia 29 de março – um gesto concreto: a Coleta da Solidariedade, que é parte integrante da Campanha da Fraternidade. Neste dia, todos os cristãos são convidados a fazer uma doação (em espécie). O dinheiro ofertado deve ser fruto de pequenas renúncias ao longo de toda a Quaresma, como um processo de conversão pessoal. Para uma melhor compreensão sobre a Coleta da Solidariedade, a equipe da Pastoral de Comunicação conversou com o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj. Confira!
Pastoral de Comunicação (Pascom) – Dom Murilo, qual o objetivo da Coleta da Solidariedade?
Dom Murilo Krieger: O amor cristão não pode ser apenas teórico; deve, sim, se manifestar concretamente, como expressão de nosso dom, de nossa entrega. A Campanha da Fraternidade de cada ano aborda uma questão social que está exigindo uma atenção especial de nossa parte. Ao darmos nossa oferta, estamos declarando que, para que a sociedade supere aquela questão, estou disposto não só a ajudar com minhas orações e esforço de conscientização, mas também com aquilo que é fruto de meu trabalho.
Pascom – Há quanto tempo e como ela é realizada?
Dom Murilo: Desde que a Campanha da Fraternidade começou, em 1964, começou também a Coleta da Solidariedade. Parte dela (40%) é para programas em âmbito nacional – isto é, para o Fundo Nacional de Solidariedade, gerido pela CNBB. Desse fundo saem ajudas para Dioceses em que o desafio apresentado pela Campanha da Fraternidade é maior. A outra parte (60%) permanece nas Dioceses, para atender projetos locais, pelo Fundo Diocesano de Solidariedade.
Pascom – Na nossa Arquidiocese, para onde o dinheiro arrecadado será destinado?
Dom Murilo: Quando uma Campanha da Fraternidade teve um tema bem definido – por exemplo: Juventude (2013), Saúde Pública (2012), Pessoas com deficiência (2006) etc. – o resultado da Campanha foi direcionado para aquele grupo que enfrentava tal problema. Neste ano, o tema é muito amplo: a Sociedade e a presença da Igreja nela. São tantas as necessidades neste campo que precisaremos refletir para definir para que campo concreto vamos direcionar o resultado da Campanha. Afinal, não adianta pulverizar muito o que for arrecadado, pois limitado seria o resultado obtido.
Pascom – Que mensagem o senhor gostaria de deixar para que os fiéis colaborem no dia da Coleta da Solidariedade?
Dom Murilo: O apóstolo São Paulo, vendo as necessidades de algumas comunidades, fez apelos às comunidades em melhor situação, pedindo-lhes que as ajudassem. Escrevendo os Romanos, assim se expressou: “De imediato, porém, tenho de ir a Jerusalém, em serviço aos santos. De fato, a Macedônia e a Acaia consideraram bom que se fizesse uma coleta para os santos de Jerusalém que estão na pobreza” (Rm 15,25). Faço meu esse apelo, e acrescento suas palavras aos Coríntios: “Que cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7).




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