Fiéis participaram da Missa pelos 200 anos do martírio da Madre Joana Angélica

“Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta casa passando por sobre o meu cadáver”. Foi com esta frase que a Madre Joana Angélica de Jesus tentou deter os soldados portugueses que queriam invadir o Convento da Lapa, em 1822, onde residiam as Irmãs da Ordem da Imaculada Conceição (Concepcionistas). Hoje (20), 200 anos depois do martírio, dezenas de fiéis participaram da Santa Missa na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa, ao lado do Convento, onde estão os restos mortais da religiosa.

A Celebração Eucarística, que teve início às 10h, foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha. “Nós necessitamos valorizar, cada vez mais, a nossa história; não só a história do Brasil, mas, sobretudo, a da Bahia, onde ocupa um lugar todo especial a Sóror Joana Angélica, que aqui vivia. Nós queremos recordar o seu gesto, primeiramente para valorizar a participação de Joana Angélica na história. Nós reconhecemos não só um gesto de heroísmo cívico, mas, muito mais, um testemunho da fé: ela morreu através desse gesto corajoso de resistência, de valorização e defesa da fé e deste convento; ela morreu para defender a honra e a dignidade das Irmãs e, é claro, a própria Igreja aqui representada. Hoje nós reconhecemos, com gratidão a ela e com louvor a Deus, o que a madre Joana Angélica fez”, disse o Cardeal.

Dom Sergio destacou, ainda, a coragem e o testemunho de fé. “A coragem de Joana Angélica é uma expressão, também, de amor à própria comunidade das Irmãs e, sobretudo, de defesa da própria vida. Ela faz isso sem envolver armas. Na verdade, a arma dela é o rosário, é a fé em Cristo. Ela resiste, assim, certamente como a comunidade, a recorrer a qualquer tipo de arma para se defender. Para nós, isso é muito importante no mundo de hoje: nós defendemos a vida, a dignidade das pessoas, a liberdade, resistindo à violência”, afirmou.

Fotos: Sara Gomes