IMDH reúne 45 entidades para encontro da Rede Mir

XI_Enc_RedeMir_400x266O Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Congregação das Irmãs Scalabrinianas, promoveu, de 6 a 8 de outubro, o 11º Encontro Nacional das Redes de Proteção de Migrantes e Refugiados (Rede Mir). Desafios relacionados à realidade de migrantes e refugiados e partilha de práticas positivas na busca por inclusão fizeram parte dos debates, à luz do tema “Brasil, País de Migração e de Refúgio: a sociedade civil construindo práticas solidárias e atuando por políticas públicas”. Cerca de 80 pessoas, entre inscritos, convidados, estudantes e colaboradores estiveram presentes no evento.

O encontro tem o intuito de ser um ambiente de discussão anual a respeito das práticas positivas de atuação frente às dificuldades de migrantes e refugiados, dos objetivos e melhorias na forma de abordagem do tema e apresentação de soluções práticas, além de avaliar a mobilização em prol de políticas públicas específicas ou a inclusão dos refugiados nas existentes. Em onze anos de existência, a rede integra 55 entidades do País.

O encontro

A 11ª edição do Encontro da Rede Mir iniciou com a reflexão sobre a mística nas relações humanas, globalização e interculturalidade, conduzida pelo padre Joachim Andrade, imigrante indiano, especialista em religiões orientais.

No contexto dos debates, os participantes trataram sobre as dificuldades e possibilidades relacionadas à questão do idioma dos migrantes e refugiados, a oferta de cursos gratuitos de Língua Portuguesa e acesso às aulas. Outro tema importante abordado foi o acesso ao mercado de trabalho, de modo que contribua para a manutenção das famílias e integração social.

Na pauta do encontro também estava um debate relacionado à utilização das mídias sociais para gerar visibilidade à causa das migrações e do refúgio. Neste contexto, foi lançada a Campanha Nacional contra o Racismo e a Xenofobia, com o slogan “Eu também sou migrante”, em parceria com o Ministério da Justiça.

Sobre políticas públicas, os participantes trataram da nova lei de migrações em tramitação no Congresso Nacional; das ações da Secretaria Nacional de Justiça e do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) e da defesa e proteção dos direitos dos migrantes.

O evento também contou com dinâmicas de grupo, consideradas “essenciais para que as entidades compreendessem mais a fundo de que forma umas podem cooperar com as outras, aprofundando conhecimentos e refletindo sua missão”.

A diretora do IMDH, irmã Rosita Milesi, avaliou o encontro como um grande momento de convivência, informação, reflexão e planejamento. “Mas, acima de tudo, uma especial oportunidade para fortalecer nossa ação, reavivar nossa esperança e confirmar a opção de receber, acolher e integrar os migrantes e os refugiados, de modo a encontrarem em nós, em nossas instituições, em nosso País, um espaço digno e seguro para viver”, acrescentou.

O encontro foi organizado pelo IMDH em parceria com Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o Setor Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),  com o apoio do Conare, do Conselho Nacional de Imigração, da Organização Internacional para as Migrações e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Conjuntura

De acordo com o IMDH, nos últimos anos o Brasil recebeu mais de 60 mil haitianos, por conta das consequências do terremoto de 2010. Neste ano, diante da crise imigratória provocada pelos conflitos no Oriente Médio, o número de migrantes e refugiados em terras brasileiras chegou a 8 mil pessoas.

Com informações e foto do Instituto de Migrações e Direitos Humanos