Levantamento histórico: conheça os 11 primeiros bispos nascidos em Salvador

No dia 13 de setembro, o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, presidiu a Ordenação Episcopal de Dom Gabriel dos Santos Filho. Diante disso, o professor doutor, Fernando Altemeyer Júnior, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) pesquisou e catalogou todos os bispos já ordenados, naturais de Salvador. Segundo o levantamento, Dom Gabriel é o 11º prelado soteropolitano a receber a ordenação episcopal, somando-se a uma tradição de pastores que, em diferentes períodos da história, contribuíram de maneira significativa para a missão da Igreja de Cristo.

Assim, te convidamos a conhecer estes 11 prelados que tanto bem, em diferentes épocas, fizeram à Igreja de Cristo:

DOM AGOSTINHO RIBEIRO

Nascido em Salvador no dia 4 de março de 1564. Primeiro bispo brasileiro indicado ao episcopado católico em 17 de agosto de 1603, Dom Agostinho Ribeiro, conhecido pelo nome eclesiástico de Agostinho de São Gonçalo, foi batizado na Sé Catedral de São Salvador da Bahia no mesmo dia do nascimento, e falecido em Lisboa, Portugal em 12 de agosto de 1621.

Formou-se bacharel e mestre de artes pelo Colégio da Baía. Enveredando pela vida eclesiástica, formou-se como licenciado em 1593 e como doutorado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra. Em 27 de agosto de 1603 foi feito bispo de Ceuta e de Tânger, partindo nesse ano para Ceuta. Em 29 de julho de 1613 foi confirmado bispo de Angra, Portugal, sendo o 10º bispo desta diocese, que governou de 1614 a 1621. Também foi bispo de Ceuta, Primaz da África e administrador Apostólico de Valença e Tanger. Foi o primeiro prelado e bispo nascido no Brasil e o primeiro baiano com doutorado na Universidade de Coimbra. Embora nascido em Salvador, não atuou como bispo no Brasil.

DOM TOMAZ DA ENCARNAÇÃO DA COSTA E LIMA

Nascido em Salvador , tinha por nome Antônio da Costa e Lima, entrando no Colégio dos Jesuítas de Salvador para receber suas primeiras instruções em filosofia. Depois, ele entrou no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra no dia 21 de março de 1747, como primeiro brasileiro cujo ingresso é conhecido na Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho. Foi ordenado diácono em 28 de abril de 1748 e ordenado padre em 01 de maio do mesmo ano pelo Arcebispo da Bahia, Dom Frei José Fialho, O.Cist. Formou-se em teologia, belas artes e direito pela Universidade de Coimbra. Foi professor da Academia Litúrgica de Coimbra, onde lecionou História Eclesiástica.

Foi nomeado bispo de Olinda por Dom José I com influência do Marquês de Pombal em 15 de outubro de 1773, sendo confirmado pela Santa Sé em 18 de abril de 1774 e sendo consagrado em 29 de maio do mesmo ano, pelas mãos de Dom João Cosme Cardeal da Cunha, arcebispo de Évora, coadjuvado por Dom António Bonifácio Coelho, arcebispo-auxiliar de Lisboa e por Dom Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis, bispo de Mariana. Dom Tomaz foi, de fato, o primeiro bispo baiano, soteropolitano, a ocupar uma Sé no país, embora não tenha atuado como prelado na Bahia, sendo bispo de Olinda.

DOM VICENTE ALEXANDRE DE TOVAR

Nascido em São Salvador da Bahia no dia 01 de abril de 1744. Foi ordenado padre em 13 de junho de 1767. Licenciou-se em direito canônico pela Universidade de Coimbra em 1771. Foi cônego reitor da Sé de Faro e depois, foi pároco e vigário da Vara da freguesia de Nossa Senhora do Pilar em Goiás, entre 6 de julho de 1791 até 1800, quando retornou para o Algarve.

Após sua nomeação pelo príncipe regente Dom João como bispo-prelado de Goiás em 11 de setembro de 1802, foi confirmado pelo Papa Pio VII em 20 de junho de 1803, como Bispo-titular de Titopolis e consagrado em 28 de agosto do mesmo ano, na Igreja do Loreto, por Dom Lorenzo Caleppi, núncio apostólico em Portugal, coadjuvado por Dom Marcelino José da Silva, bispo-emérito de Macau e por Dom Joaquim Maria Mascarenhas Castelo Branco, bispo de Angola e Congo.

Tomou posse da Prelazia por procuração a Vicente Ferreira Brandão em 20 de março de 1805. Permaneceu em Lisboa até 1807, quando foi obrigado a seguir para a Sé de Goiás. Contudo, quando encontrava-se em Paracatu, faleceu, em 8 de outubro de 1808.

DOM FRANCISCO FERREIRA DE AZEVEDO

Nascido em São Salvador da Bahia no dia 02 de fevereiro de 1765 , tendo passado para a História conhecido como “Bispo Cego”, devido à sua deficiência visual.

Embora nascido em Salvador, quando pequeno sua família se mudou para Cuiabá, onde recebeu a educação primária. Entrou para o Seminário São José e foi feito diácono em 18 de março de 1787 e foi ordenado padre em 8 de março de 1788, na Capela do Palácio da Conceição, por Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco. Foi mestre de cerimônias da Sé do Rio de Janeiro e professor de filosofia do Seminário. Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, foi convidado pelo Senado para a Pregação de Ação de Graças. Surpreendeu ao Príncipe Regente Dom João pela sua eloquência e, por isso, tornou-se o pregador régio e confessor da Família Real, em 1808.
Foi nomeado como Bispo de Meliapor em 17 de dezembro de 1811, em que pese a diocese ainda ter um bispo, Dom Frei Joaquim de Meneses e Ataíde, O.S.A., que havia retornado para Portugal e se tornado vigário capitular do Funchal. Nunca tomou posse dessa Diocese. Assim, foi nomeado pelo agora rei Dom João VI como bispo-prelado de Goiás em 18 de de zembro de 1818 e tomou posse da Prelazia por procuração para o cônego Luis Antônio da Silva e Sousa em 29 de agosto de 1819, sendo nomeado como bispo-titular de Castoria.

Em 1821, quando se preparava para realizar a viagem até a cidade de Goiás, foi acometido de uma conjuntivite, que o deixou cego. Apesar da cegueira, seguiu para a Sé, onde chegou em 21 de outubro de 1824, tornando-se o primeiro a viver na Sé. Por decreto imperial nº 27 de 24 de janeiro de 1824, Dom Pedro I, que tinha grande afeição a ele, determinou que “em atenção à total falta de vista a que está reduzido, há por bem permitir-lhe que possa suprir sua assinatura com um carimbo no qual se leia: Francisco, Bispo de Castória, Prelado de Goiás.”

DOM MARCOS ANTÔNIO DE SOUZA

Nascido em São Salvador da Bahia no dia 10 de fevereiro de 1771, foi ordenado padre quando tinha 23 anos de idade. Era fluente em latim, além de ter conhecimentos na língua grega, em retórica e filosofia. Foi instituído vigário colado na freguesia de Nossa Senhora da Vitória, na capitania da Bahia, exercendo também o cargo de examinador sinodal e secretário do governo provincial. Foi vigário da freguesia do Siriri, na capitania do Sergipe, e em 1808 escreveu o livro “Memória sobre a Capitânia de Serzipe: sua formação, população, produtos e melhoramentos de que é capaz”, que teve sua publicação inicial em Aracaju, na Tipographia do Jornal do Commercio, em 1878.

Acabou sendo eleito para Cortes Constituintes de 1820 pela Bahia, representando o Reino do Brasil. Lá, fez uma defesa vigorosa dos interesses da Igreja e do Estado, pela defesa da liberdade da imprensa religiosa, além do sustento do foro eclesiástico. Em que pese sua assinatura final na Constituição Portuguesa, consignou suas posições em favor do Brasil e retornou ao país, tão logo ocorreu a Independência. Dessa forma, produziu um relatório dos acontecimentos nas Cortes para Dom Pedro I, em 1824. Mais uma vez foi eleito deputado pela Bahia, agora da 1ª Legislatura do Império do Brasil, em 1826. Foi agraciado com a Imperial Ordem de Cristo e com a Imperial Ordem da Rosa.

Tão logo foi reconhecida pela Santa Sé a independência do Brasil, Dom Pedro I o nomeou como bispo de São Luís do Maranhão em 12 de outubro de 1826, no mesmo decreto em que nomeou Dom Romualdo Antônio de Seixas como arcebispo de São Salvador da Bahia. Foi confirmado pelo Papa Leão XII em 25 de junho de 1827 e consagrado em 28 de outubro do mesmo ano, na Sé do Rio de Janeiro, por Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, assistido pelo frei João da Purificação Marques Perdigão, O.S.A. e por Antônio José da Cunha Vasconcelos.

DOM CLÁUDIO JOSÉ GONÇALVES PONCE DE LEÃO

Baiano, nascido em Salvador no dia 21 de fevereiro de 1841. Filho de Domingos José Gonçalves Ponce de Leão, que era desembargador e de Gertrudes Gonçalves de Araújo, em 1861 partiu para Paris, onde entrou para a Congregação Lazarista.

No dia 15 de junho de 1867 foi ordenado sacerdote da Congregação da Missão, em Paris. Retornando da França atuou como professor no Seminário do estado do Ceará, por oito anos. No ano de 1875 foi transferido para o Seminário São José no Rio de Janeiro, com a missão de vice-reitor. Em 13 de maio de 1881, por decreto do Imperador Dom Pedro II, foi nomeado Bispo de Goiás, sendo, no dia 24 de julho do mesmo ano ordenado bispo pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Angelo Di Pietro.

No dia 26 de junho de 1890, foi nomeado pelo Papa Leão XIII, para bispo da Diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul, tomando posse no dia 20 de setembro do mesmo ano. Durante o seu episcopado em Porto Alegre ocorreu a mudança do sistema de governo no Brasil, de Monarquia para República.

Em 15 de agosto de 1910, com a criação de novas dioceses e a elevação da Arquidiocese de Porto Alegre, o lazarista, Dom Cláudio, torna-se o primeiro arcebispo de Porto Alegre. Teve a sua renúncia aceita ao governo da Arquidiocese de Porto Alegre, por motivo de saúde, pelo Papa Pio X, aos 9 de janeiro de 1912, quando foi lhe dada a sede titular de Anazarbus. Faleceu com 83 anos de idade, aos 26 de maio de 1924, na cidade do Rio de Janeiro, para onde foi residir em uma casa da sua Congregação Lazarista.

DOM MANOEL DA SILVA GOMES

Nascido em Salvador no dia 14 de março de 1874. Foi admitido muito jovem no seminário da capital baiana vindo a receber o presbiterato em 15 de novembro de 1896, aos 22 anos de idade. Notável por sua oratória, logo foi agraciado com o título de cônego do Cabido da Bahia. Com a transferência de D. Manuel Antônio de Oliveira Lopes para a diocese de Maceió, Gomes sucedeu-o como bispo-auxiliar de D. Joaquim José Vieira, da diocese do Ceará, em 11 de abril de 1911, e foi nomeado bispo-titular de Mopsuéstia. Juntamente com D. Miguel de Lima Valverde, depois arcebispo de Olinda e Recife, recebeu a ordenação episcopal das mãos de D. Jerônimo Tomé da Silva, primaz do Brasil.

Com a renúncia de Dom Joaquim, assumiu a diocese cearense em 8 de dezembro de 1912. Já nos primeiros anos de seu episcopado, enfrentou a seca de 1915, ocasião em que peregrinou até o sul do país, angariando auxílio dos poderes públicos e de seus colegas bispos.

Pleiteou e conseguiu da Santa Sé a criação das dioceses do Crato e de Sobral e, posteriormente, a de Limoeiro do Norte, cujo primeiro bispo, Dom Aureliano de Matos, consagrou. Com a instalação das primeiras dioceses citadas, pelo papa Bento XV, o Ceará foi elevado a arquidiocese metropolitana e Dom Manuel, o primeiro arcebispo de Fortaleza, em 10 de novembro de 1915.

Em 16 de março de 1923, em reconhecimento aos seus serviços, o papa Pio XI o nomeou assistente ao sólio pontifício e lhe outorgou o título de conde. Devido à idade e a problemas de saúde, renunciou ao cargo em 28 de maio de 1941, recebendo o título de arcebispo-titular de Viminácio.

Após longa enfermidade que o prendeu ao leito por cinco anos, faleceu no mesmo dia em que completava 76 anos de idade, em Fortaleza. Seu corpo foi sepultado na Catedral daquela cidade.

DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES

Nascido em Salvador no dia 4 de outubro de 1880. Fez os estudos no Seminário de sua terra natal e no Seminário de Olinda, Pernambuco. Recebeu a ordem do presbiterato no ano de 1903, das mãos o Exmo. Sr. Arcebispo Dom Jerônimo Tomé da Silva. Cônego da Catedral do Salvador e Vigário Geral da Arquidiocese, foi nomeado Bispo por Sua Santidade o Papa Pio XI, no dia 11 de agosto de 1931,para ocupar o sólio episcopal da Diocese do Crato com 51 anos de idade e 28 anos de vida sacerdotal (Mons. Montenegro).

Foi ordenado Bispo em 06 de dezembro de 1931 pelo Cardeal Augusto Álvaro da Silva, Arcebispo de São Salvador da Bahia, assistido por Dom Ranulfo da Silva Farias, Bispo de Guaxupé, e por Dom Adalberto Accioli Sobral, Bispo de Barra. Foi o Cardeal Sebastião Leme, à época, Arcebispo do Rio de Janeiro, quem atribuiu a Dom Francisco de Assis Pires a designação de “A violeta do episcopado brasileiro”. Desde a Idade Média, a violeta simboliza fidelidade, castidade e humildade. Merecidamente, Dom Francisco ficou conhecido como “A violeta do episcopado brasileiro”.

Outros títulos foram-lhe atribuídos. Monsenhor Francisco Holanda Montenegro, no livro “Os quatro Luzeiros da Diocese”, refere-se a Dom Francisco como “O Bom Samaritano”. Já Monsenhor Raimundo Augusto Bezerra, no opúsculo “Histórico da Diocese de Crato”, escreveu que o segundo bispo de Crato “era a caridade em pessoa. Desprendido dos bens terrenos, bondoso e manso, veio para servir aos seus diocesanos sem nada receber em troca”. Tudo em consonância com o lema episcopal escolhido por Dom Francisco: Não vim para ser servido, mas para servir. Monsenhor Raimundo Augusto justificou a sua opinião: “A longa e diuturna convivência com Dom Francisco, na prestação de serviços à Cúria Diocesana, autoriza-me a expressar-me assim. Vi de perto a riqueza de virtudes que ornavam sua alma Angélica, seu coração de ouro”.

DOM LUÍS GONZAGA DA CUNHA MARELIM

Nascido em Salvador no dia 17 de abril de 1904. Foi membro da Congregação da Missão, foi formado no Seminário do Caraça. Concluiu seus estudos na Casa-mãe do seu Instituto na França, sendo considerado culto, piedoso e inteligente. Após isso, trabalhou na formação de seminários – como era a prática da Congregação da Missão – na direção dos seminários diocesanos e formação do clero.

Em 1941, enquanto reitor do Seminário Santo Antônio, em São Luís, o então padre Luís, de 37 anos de idade, foi surpreendido pela bula de Pio XII nomeando-o bispo da nascente Diocese de Caxias, no sul do Maranhão – um dos maiores e mais pobres territórios do estado, em todos os sentidos.

Dom Luís Marelim permaneceu quarenta anos à frente do bispado de Caxias – território vasto, porém com clero pequeno -, lançando as bases da diocese, criando paróquias e colégios e trazendo institutos religiosos para ajudar na ação evangelizadora da Igreja.

No Concílio Vaticano II, Dom Luís Marelim demonstrou posicionamento tradicional, contrapondo correntes progressistas ao ser adepto da interpretação e aplicação fiéis e tradicionais dos documentos e reformas conciliares. Uniu-se ao Coetus Internationalis Patrum e realizou diversas intervenções orais e escritas nas sessões do Concílio. Por essa razão, seu nome figura na lista dos dez bispos do Brasil que mais intervieram durante o Concílio Vaticano II. Atualmente, porém, é pouco conhecido na Diocese de Caxias.

Dom Luís Marelim aplicou as reformas conciliares em sua diocese conforme a correta interpretação dos documentos e declarações do Vaticano II. Também implementou o Missal Romano promulgado pelo Papa Paulo VI.
ADVENIAT REGNUM TUUM (Venha a nós o Vosso Reino) foi o lema episcopal de Dom Luís Marelim. Não mediu esforços para estabelecer a diocese que estava nascendo e deixou legado importante para a organização e história de Caxias.

DOM CLIMÉRIO ALMEIDA DE ANDRADE

Nascido em Salvador no dia 26 de fevereiro de 1924. Ingressou no Seminário Maior São João Maria Vianney na Arquidiocese de Salvador,onde exerceu muitas funções eclesiásticas até ser nomeado, em 1962, bispo diocesano de Vitória da Conquista, em substituição a dom Jackson Berenguer Prado, que fora nomeado para a então diocese de Feira de Santana. Recebeu a sagração episcopal em 30 de dezembro de 1962 das mãos de Dom Florêncio Sisínio Vieira, bispo de Amargosa. Foi empossado no ano seguinte.

Em 1979, tornou-se notável por sua luta em defesa de 118 famílias de posseiros da Fazenda Pau Brasil, no município de Barra do Choça, ameaçados de expulsão por uma empresa agropecuária. Dom Climério manteve-se ao lado dos posseiros alegando que eles tinham direito de usucapião. Faleceu dois anos depois, vítima de derrame cerebral, aos 57 anos, no Hospital Português, em Salvador. Dom Climério é patrono da cadeira 32 da Academia de Letras de Jequié.

DOM GABRIEL DOS SANTOS FILHO

Nascido em Salvador no dia 8 de novembro de 1966. Sua formação inicial ocorreu no Seminário Central da Bahia, com os cursos de Filosofia e Teologia realizados na Universidade Católica do Salvador. No dia 18 de março de 1995 recebeu a ordenação presbiteral, sendo incardinado na Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Após sua ordenação, foi vigário paroquial de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Salvador (1995-1996); pároco do Santíssimo Sacramento em Itaparica (1996-1999); Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Afro-Brasileira (1999-2001); pároco de São Paulo Apóstolo em Salvador (1999-2006); membro do Conselho da Associação dos Sacerdotes do Prado no Brasil (2004-2011); capelão de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em Salvador (2006-2009); pároco do Divino Espírito Santo em Salvador (2007-2008); reitor do Seminário Arquidiocesano de São João Maria Vianney (2008-2011).
Em 2010, concluiu o mestrado em Ciências Sociais, com ênfase em Antropologia, na Universidade Federal da Bahia. Também realizou, entre 2006 e 2007, o “Ano Internacional do Prado” período de aprofundamento espiritual promovido pela Associação dos Padres do Prado, em Lyon, na França.

Entre 2012 e 2015, foi responsável pela Área Missionária de São João Batista na Arquidiocese de Porto Velho e entre 2013 e 2016, foi diretor de Estudos do Seminário Maior João XXIII da Arquidiocese de Porto Velho, além de entre 2015 e 2019, ser coordenador da Associação dos Padres do Prado no Brasil. Desde 2023 até a nomeação, foi vigário-geral Arquidiocese de São Salvador da Bahia e moderador da Cúria Metropolitana Bom Pastor.

Em 4 de julho de 2025, o Papa Leão XIV o nomeou como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, atribuindo-lhe a sé titular de Altiburus. A Ordenação Episcopal ocorreu em 13 de setembro de 2025 na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador, presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, tendo como bispos co-ordenantes Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo emérito da Diocese de Araçuaí (MG) e Dom José Aristeu Vieira, bispo da Diocese de Luz (MG).

A Ordenação Episcopal foi um marco histórico, foi um evento de grande significado histórico e social para a Igreja Católica e para o Brasil. Ao se tornar o primeiro bispo negro nascido em Salvador, o fato ganhou enorme representatividade. A capital baiana, frequentemente descrita como a cidade com a maior população negra fora da África, possui uma profunda herança cultural e religiosa afro-brasileira. A nomeação e a ordenação foram vistas como um marco simbólico para a Igreja local, que reforça sua conexão com a relevância e a diversidade de sua própria comunidade. O acontecimento reflete a importância da fé e da história afro-brasileira dentro da instituição religiosa no país.