Modelo prisional da APAC pode ser implantado na Bahia

IMG_0599A Bahia pode estar perto de implantar a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), que existe em 14 estados brasileiros num total de 148 associações. De acordo com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional – Brasil (AVSI), o executivo estadual já manifestou interesse em implementar o modelo, cujo debate também conta com o envolvimento do poder judiciário e do Ministério Público Estadual. Como parte dessas discussões, a Cúria Bom Pastor sediou na noite desta segunda-feira (18) uma apresentação deste projeto, com a presença do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

De acordo com a gerente jurídica de convênios da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Tatiana Faria, ao contrário dos questionamentos que este trabalho recebe, “não se trata de proteger ou passar a mão na cabeça de bandidos, mas, punir pessoas que cometeram infrações com a pena privativa de liberdade, imposta pelo Estado, mantendo a dignidade neste processo”, afirmou. De acordo com ela, a proposta é oferecer ao sistema prisional as condições para que os presos possam ser ressocializados.

Para Dom Murilo, “está é uma semente que está sendo lançada em favor de um grupo da sociedade que está abandonado, mas trata-se seres humanos e filhos de Deus, merecedores de nossa atenção e de nosso amor”, disse após dar a Bênção Final no encontro.

IMG_0596Em Teixeira de Freitas, no sul baiano, a comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal está em processo de implantação da APAC, após provocar a mesma comissão da Assembleia Legislativa do Estado a conhecer o trabalho realizado em Itaúnas (MG), referência para APAC’s em todo o país. “Estamos na fase de formulação jurídica da APAC e a nossa expectativa é finalizar este processo até o final do ano”, prevê.

Após 43 anos de história no país, a APAC sustenta um índice de 30,2% em reincidência de crimes, enquanto a média nacional, do sistema comum, é de 85%.

Fotos: Luana Assiz