Novos padres a serviço do povo de Deus

A manhã de hoje (27) foi marcada pela a alegria da ordenação sacerdotal dos cinco diáconos transitórios da Arquidiocese de Salvador. Pela imposição das mãos do Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj, os jovens Diego Jesus, Gabriel Mota, Gabriel Vila Verde, Genivaldo Cunha e Paulo Roberto Reis receberam o segundo grau do sacramento da Ordem no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Garcia. A missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares da Arquidiocese de Salvador: Dom Gilson Andrade da Silva, Dom Marco Eugênio Galrão Leite, Dom Estevam dos Santos Silva Filho e Dom Hélio Pereira dos Santos.

Foram sete anos de espera, mas Deus permitiu que esse dia chegasse”, afirmou o padre Gabriel Vila Verde.

A chuva que insistiu em cair durante toda a manhã não desaminou os fiéis que lotaram o Santuário de Fátima e rezaram pela missão e vocação dos novos padres. Antes de iniciar a celebração, os ordenandos não escondiam a alegria e a emoção de vivenciarem a realização do sonho de ser sacerdote. “É um dia de muita emoção e não tenho palavras para explicar o que sinto. Foram sete anos de espera, mas Deus permitiu que esse dia chegasse. Contamos com a oração de todos para que sejamos fiéis até o fim ao chamado que Deus nos fez”, afirmou o neo sacerdote, padre Gabriel Vila Verde.

A celebração de ordenação presbiteral segue um rito especial, está dividida em seis partes intercaladas ao longo do rito próprio da missa: eleição do candidato; homilia; propósito do eleito; ladainha; imposição das mãos e prece de ordenação; unção das mãos e entrega da patena e do cálice.

Em sua homilia, Dom Murilo lembrou aos presentes que a vocação do padre é doar-se aos irmãos. “O padre é chamado a dar a vida como fez o próprio Jesus. É ele que escolhe cada um dos seus discípulos. É nossa tarefa ir ao encontro do outro. Ir às periferias do mundo, como nos disse o papa Francisco. Queremos seguir Jesus que foi escolhido pelo Pai e que se colocou na estrada para produzir muitos frutos, frutos que ele pudesse apresentar ao Pai. Se Jesus tivesse procurado a si próprio, se tivesse sido levado pela vaidade, dinheiro, prazer. Se tivesse procurado a sua realização pessoal, o que teria para apresentar ao Pai? Certamente não teria a sua Paixão e morte na cruz. Qual é o fruto que o Senhor Jesus pede a vocês?”, ponderou o Arcebispo.

“Se Jesus tivesse procurado a sua realização pessoal, o que teria para apresentar ao Pai? Certamente não teria a sua Paixão e morte na cruz. Qual é o fruto que o Senhor Jesus pede a vocês?”, questinou o Arcebispo.

Após a homilia, os candidatos ao sacerdócio se apresentaram diante do Arcebispo e reafirmaram o propósito de viver conforme a própria vocação. Em seguida, prostraram-se no chão em sinal de entrega total da vida a Deus. Enquanto isso, os fiéis entoaram a Ladainha de Todos os Santos rogando a Deus, a Virgem Maria e aos santos que intercedam pelos recém-ordenados.

Seguindo o rito próprio da Ordenação, os jovens receberam a imposição das mãos dos bispos e dos padres, que em silêncio rogaram a Deus pelos novos padres. Terminada a Prece de Ordenação, os novos padres foram revestidos com a estola sacerdotal (faixa colocada no ombro formando duas linhas horizontais) e a casula, como um sinal de acolhida no presbitério e na comunidade cristã, agora como sacerdotes.

O Arcebispo ungiu as mãos de cada um e envolveu-as com uma faixa branca. Os familiares de cada recém-ordenado desamarraram suas mãos e as beijaram. Os bispos e os padres presentes também beijaram as mãos dos novos padres.  “Vejo o sonho de Deus se concretizando hoje na minha vida. Desde os 11 anos de idade eu já tinha o desejo de ser padre. Sonhei junto com Deus e ele me deu a graça de chegar até aqui. Sinto gratidão, alegria e muita esperança por saber que Deus está caminhando comigo”, relata o padre Paulo Roberto Reis resumindo o próprio sentimento. 

Para o reitor do Seminário São João Maria Vianney, a ordenação dos novos padres é motivo de muita alegria. “A missão do seminário foi consumada hoje através do sacramento da Ordem, no seu segundo grau. Hoje eles se tornaram verdadeiros colaboradores do bispo para ajudar nas comunidades através dos santos sacramentos, primordialmente através da santa Eucaristia e da Reconciliação. Eles foram formados para trabalhar junto com muitos padres. É sangue novo chegando, é juventude, é esperança. Deus não parou de chamar e de servir ao seu povo”, disse.  Perguntado sobre os padres ordenados hoje, o padre Gil destacou o grande amor que cada um tem pela Igreja. “Esse grupo é marcado por um profundo amor a Igreja. Cada um tem uma especificidade, um dom diferente. São homens de oração, pessoas dispostas a evangelizar”, pontou.

Amanhã, 28 de maio, cada padre recém-ordenado celebrará a primeira Missa em suas comunidades de origem. Acompanhe a programação:

*Padre Diego Jesus: Igreja do Divino Espírito Santo (Praia de Ipitanga), às 7h30;

*Padre Gabriel Mota: Igreja Matriz da paróquia São Gonçalo do Retiro, às 10h;

*Padre Gabriel Vila Verde: Igreja Matriz de São Gonçalo Bartolomeu (Maragogipe), às 9h;

*Padre Genivaldo Cunha: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Governador Mangabeira), às 15h;

*Padre Paulo Roberto Reis: Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, às 8h.

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Vocações a serviço da vida

Da esq. para a direita, os novos padres: Diego Jesus, Gabriel Vila Verde, Paulo Roberto Reis, Genivaldo Cunha e Gabriel Mota

Atualmente a Arquidiocese de Salvador conta com o trabalho de 260 padres. Desse total, 164 são padres diocesanos e 96 são padres religiosos (padres que pertencem a uma congregação religiosa e vivem em comunidade). Também colaboram na missão 95 diáconos permanentes. São homens casados que receberam o primeiro grau do sacramento da Ordem e colaboram no serviço às paróquias, especialmente na realização de batizados, casamentos, exéquias, visitas aos doentes, entre outras atividades.

Esse número de sacerdotes atende a 116 paróquias da Arquidiocese, 93 estão localizadas na cidade de Salvador e 23 nos 14 municípios (Lauro de Freitas, Itaparica, Vera Cruz, Cruz das Almas, Cachoeira, Cabaceiras do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Maragogipe, Muritiba, Salinas da Margarida, Santo Amaro, São Félix, Sapeaçu, Saubara) que compõem a Arquidiocese.

O padre mais velho da Arquidiocese é o Monsenhor José Neiva, que no último dia 9 completou 100 anos de vida e tem 75 anos de sacerdócio.

Formação dos padres

O jovem quando ingressa no seminário vivencia algumas etapas de formação. Geralmente o tempo médio de preparação para o sacerdócio leva uma média entre 7 a 10 anos. A primeira etapa é o propedêutico. Nesse período de um ano o jovem é acompanhado no discernimento da vocação. Na Arquidiocese, o grupo do propedêutico mora no Centro Vocacional Dom Lucas Moreira Neves, no bairro do Garcia. A etapa seguinte, também conhecida como Seminário Maior é marcada pelo ingresso na faculdade de Filosofia (2 anos) e em seguida no curso de Teologia (4 anos). A formação não consiste apenas nos estudos, os jovens recebem acompanhamento espiritual, psicológico e têm a oportunidade de fazer experiências pastorais ao longo dos anos. O Seminário São João Maria Vianney está localizado no bairro da Federação.

Atualmente 35 jovens da Arquidiocese de Salvador se preparam para o sacerdócio. As duas casas de formação também acolhem seminaristas de outras dioceses. Ao todo são 67 jovens (da Arquidiocese e de dioceses do interior da Bahia) trilhando o caminho rumo ao sacerdócio.

Fotos: André Machado