
Planejar o ano de 2015 com base em prioridades pastorais. É com este objetivo que os bispos, padres, leigos, coordenadores do Conselho de Pastoral e de todos os segmentos existentes na Arquidiocese de Salvador estarão reunidos no dia 22 de novembro, durante a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. Diante disso, a equipe do jornal São Salvador preparou uma entrevista com o coordenador de pastoral, padre Edson Menezes da Silva sobre este importante encontro, que definirá passos importantes na caminhada da Igreja particular. Confira!
Jornal São Salvador – O que é e como funciona a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral?
Padre Edson Menezes da Silva – A Assembleia Arquidiocesana de Pastoral somente durante a manhã porque ela será conclusiva, uma vez que os encaminhamentos sobre as prioridades serão feitos nas assembléias das foranias e das demais instâncias articuladoras. A finalidade da Assembleia Arquidiocesana é oferecer uma motivação para que o que foi planejado seja efetivado. Participam da Assembleia os membros do Conselho de Pastoral, bispos, párocos e coordenadores do Conselho de Pastoral de cada paróquia, coordenadores de todos os segmentos existentes na Arquidiocese, como grupos, pastorais, movimentos e foranias, e de entidades, como o seminário, a UCSal e representantes da CRB.
Na Assembleia Dom Murilo vai apresentar o Documento 100 da CNBB e uma motivação para que a conversão pastoral possa acontecer, uma mudança de atitude, de postura, de método, de ação. A conversão pastoral motiva essa transformação operacional de tudo, para que tudo seja canalizado para a evangelização, que é a meta principal. Eu irei apresentar as indicações das prioridades.
Jornal São Salvador – Quais são as prioridades pastorais para 2015?
Padre Edson Menezes da Silva – Prioridade é a setorização das paróquias e renovação das estruturas, organização e funcionamento de todos os segmentos da Arquidiocese.
Jornal São Salvador – Quais são os desafios da Assembleia?
Padre Edson Menezes da Silva – O grande desafio é motivar para que a conversão pessoal aconteça em vista da conversão pastoral. A Igreja, no momento, está fazendo esse convite: de renovação, de transformação, a fim de superar uma perspectiva pastoral de manutenção para uma pastoral missionária.
Jornal São Salvador – Como a Arquidiocese pretende rever a forma de trabalho junto às paróquias?
Padre Edson Menezes da Silva – A setorização vai favorecer a descentralidade da ação pastoral e a localizar realidades que merecem uma atenção mais apurada. Com a setorização você identifica onde está e onde não está a nossa ação pastoral. Ela não limita a extensão territorial da paróquia, mas também a realidade de grupos humanos que mereçam atenção. É também por comunidades, mas também pode ser por uma classe, como, por exemplo, uma região que tem uma casa de dependentes químicos, penitenciária, hospital. É a Igreja que deve dar atenção. Então, o objetivo da setorização é identificar onde nós não estamos atendendo, quem nós não estamos atingindo.
Jornal São Salvador – Quais são as realidades que a nossa Igreja ainda não consegue atingir?
Padre Edson Menezes da Silva – São muitas. Por exemplo, os novos condomínios, o mundo empresarial, a escola pública. Hoje não é mais permitido o Ensino Religioso, então se fala de Pastoral da Educação.
Jornal São Salvador – Como entender a paróquia sob a ótica do acolhimento?
Padre Edson Menezes da Silva – A paróquia nessa perspectiva de comunidade de comunidades, ela é o lugar do encontro. Sendo lugar do encontro pessoal, do acolhimento, é algo importantíssimo porque ela vai favorecer a integração da pessoa na comunidade e a pessoa, passando a fazer parte da comunidade, certamente vai dar a sua colaboração através do ministério, de serviços prestados. Então, todos os membros da comunidade são responsáveis. O acolhimento é mais, muito mais do que um bom dia. É uma abertura de coração, de espaços, de oportunidades para que as pessoas encontrem Deus, encontrem aquilo que elas procuram, encontrem o seu lugar.. Por isso é importante a multiplicação de comunidades pequenas, onde as pessoas se conheçam, criem vínculos. As pequenas comunidades garantem que as pessoas sejam mais próximas, já as grandes comunidades correm risco de muitas pessoas ficarem no anonimato. É preciso ter uma rede de comunidade que favoreça o acolhimento, onde cada um é visto e reconhecido pelo próprio nome e não como massa.


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