Palestra sobre juventude antecede o “Grito dos Excluídos”

Na próxima quarta-feira, 7 de setembro, a Ação Social Arquidiocesana (ASA), Cáritas Regional NE 3, Pastorais Sociais e demais movimentos da sociedade civil, o Grito dos Excluídos, manifestação popular que ocorre tradicionalmente durante os festejos da Independência do Brasil em prol das camadas sociais desfavorecidas. As reflexões sobre esta data se iniciaram na última sexta-feira (2), com a palestra “Análise de Conjuntura, juventude, mídia e criminalização”, conduzida pela professora do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Sara Cortês, no Centro Arquidiocesano de Pastoral, localizado na Cúria Bom Pastor (Garcia).

A palestrante observou que “a política está muito criminalizada” e que a existência de partidos de esquerda significa “abrir as possibilidades de escolher quem queremos eleger, porque se não for assim, não há diálogo com a juventude”, avaliou. De acordo com a professora, o signo do medo é uma marca fortemente presente na sociedade brasileira, o que remonta a episódios históricos como a Revolta dos Malês, que “marcou o medo branco da revolta negra” e iniciou o processo de segregação racial em Salvador na distribuição da população nos bairros.

Antes de apresentar dados e outras reflexões sobre a juventude brasileira, Sara Cortês lançou uma provocação quanto ao ambiente universitário, que, do seu ponto de vista, “não forma para a luta”, o que é uma deficiência, uma vez que os jovens, maioria dos corpos discentes, têm sido o principal alvo da criminalização, segundo ela. Ao analisar as origens das ações truculentas praticadas pelas forças policiais nas periferias, alertou para a necessidade de desmilitarização da polícia, porque “a militarização é para dar conta de guerra, então, não cabe ao Estado tratar o cidadão como inimigo”, pontuou.

Grito dos Excluídos

Organizado pela Ação Social Arquidiocesana (ASA), Cáritas Regional NE 3, Pastorais Sociais e demais movimentos da sociedade civil, o Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo e realizada sempre no dia 7 de setembro. É um espaço de animação, sempre aberto a grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. De acordo com os organizadores, o Grito não tem um “dono”: não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos.

A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994, e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema Eras tu, Senhor, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era Brasil, alternativas e protagonistas. Em 1999, o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.

Fotos: Luana Assiz

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