Pe. Tom Viana, ssp*
Que sentido damos para cada gesto que fazemos? Como vivemos o nosso dia a dia? Existe uma chance de recomeçar um novo modo de viver a fé de forma mais enriquecedora. Porque todas as coisas vêm dele, por meio dele e vão para ele (Rm 11,36), o dízimo é um valor que você põe a serviço do povo. E é também a possibilidade de você experimentar Deus mais de perto.
Em meus trabalhos como agente da Pastoral do Dízimo, percebi que muitas vezes essa Pastoral se limita a um serviço que está submetido apenas a um espaço físico. É preciso ampliar o conceito de Pastoral, abrindo espaço também para a caridade, a fraternidade e o perdão.
Vivemos em uma sociedade hedonista, ligada ao ter e ao prazer a qualquer custo. É possível superar essa mentalidade quando compreendemos que podemos viver com o suficiente, sem cair na ideologia do conformismo, e assim o dízimo se torna sobretudo um gesto de gratidão a Deus.
O papa Francisco tem insistido em uma prática que leve em consideração as diversas realidades que nos dizem respeito, mas sinto que ainda não estamos conseguindo levar a bom termo essa orientação do Santo Padre.
Por que não pensar em uma Pastoral que supra as nossas necessidades materiais, mas que também encha nosso coração de esperança, ternura e alento? Por que as outras pastorais têm seus momentos de celebração da vida, encontros de oração, festas, e a Pastoral do dízimo é sempre confundida com aquela que só arrecada dinheiro? Será que não é possível um novo olhar sobre a comunicação que estamos realizando, com vista a estabelecer um diálogo mais fraterno, humano e acolhedor?
Dízimo é atitude, partilha, amor, compaixão, compromisso… De que forma estamos fazendo a ponte com esses temas, que estão intimamente ligados ao anúncio do Ressuscitado?
É preciso despertar uma consciência que brote de uma adesão não só afetiva, mas também missionária e social.
O dízimo pode ser um espaço de fortalecimento e aprendizado na caminhada pastoral, espaço no qual a troca de experiências e vivências certamente contribuirá para uma adesão mais profunda e eficaz.
A formação dos agentes é um processo sem fim. Diante de uma sociedade cada vez mais plural, fragmentada e multifacetada, é fundamental compreender o pensamento, o sentimento e as crenças das pessoas para conseguir encantá-las. Repensar como você se dirige a elas pode estabelecer um novo diálogo na apresentação de um projeto que pode mudar sua maneira de ver o mundo.
Abrir a porta da mudança… Superar hábitos consolidados… Que técnicas de atendimento estamos utilizando para oferecer o melhor serviço aos dizimistas? A capacidade de cumprir de modo confiável e exato o que foi prometido, o grau de atenção individual e cuidado que você demonstra a eles.
É preciso antecipar, identificar, conhecer necessidades e apresentar aos agentes e contribuintes quais caminhos eles podem escolher. Descobrir os canais de comunicação para melhor ouvir o que os dizimistas têm para dizer à comissão do dízimo e à pastoral em conjunto, de modo que o trabalho não fique restrito a um pequeno grupo.
Existem muitos caminhos para uma adesão mais plena à Pastoral do Dízimo. Mas a primeira mudança é a conversão, que começa dentro de nós, quando começamos a perceber os diversos sinais de Deus na nossa vida e dirigimos a Ele nossa eterna gratidão.
Assim, poderemos compreender que ser dizimista não se limita ao pagamento de uma mensalidade, ou a uma missa por mês, mas a um compromisso maior com o Mestre Jesus, e com a sua prática, os seus ensinamentos e as suas atitudes concretas em favor da construção do seu Reino.
*Formado em Filosofia e Teologia, com especialização em Música Sacra, pós-graduação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Anhembi Morumbi – SP e mestrado em Direção e Gestão Comercial em Marketing por ESIC – URJC – Madri, Espanha.



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