Reflexão sobre o 29º Domingo do Tempo Comum, com o padre Pedro Azevedo

Confira o Evangelho do 29º Domingo do Tempo Comum (20 de outubro) e a homilia preparada pelo vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padre Pedro Azevedo:

Evangelho (Mc 10,35-45)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Jesus Cristo veio servir, Cristo veio dar sua vida. Jesus Cristo veio salvar, viva Cristo, Cristo viva!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36 Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” 37 Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” 38 Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39 Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42 Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43 Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44 e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

Reflexão:

Padre Pedro Azevedo, vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

As leituras do 29° Domingo do Tempo Comum dão ênfase ao serviço e à humildade, partindo do exemplo do próprio Jesus Cristo. A primeira leitura de hoje nos apresenta a figura de um servo sofredor (Is 53,10-11).

Em Isaías 53, vemos o Servo de Deus que, inocente, carrega sobre si as dores e as culpas da humanidade. Jesus, por meio de Sua vida e de modo especial em Sua paixão e morte, assume esse papel. Inocente, entregou-se a Si mesmo por nós, doando-se pela humanidade, aceitando o sofrimento para, por meio dele, gerar vida eterna. O servo sofredor se desvela a nós como exemplo de humildade, aquele que está disposto a servir. O serviço é a expressão de Sua entrega abnegada.

Esse sacrifício não é em vão, pois é através da Sua oferta que somos reconciliados e justificados; voltamos a amizade com Deus. Por meio do Evangelho, Jesus aponta a Seus discípulos, e a cada um de nós hoje, que a verdadeira grandeza está no serviço. Quando Tiago e João buscam privilégios, Jesus responde que, para ser grande, é preciso ser servo: “E quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos” (Mc 10,44). O exemplo da vida de humildade e serviço parte do próprio Jesus: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10,45). Essa voz deve também ecoar para cada um de nós hoje, não devemos buscar ser servidos, nem lugares de destaque.

O Santo Padre, Papa Francisco, no início do seu pontificado disse: “O verdadeiro poder é o serviço”. Aquele que se dispõe ao serviço se faz próximo de todos, assim a carta aos Hebreus nos apresenta Jesus como o Sumo Sacerdote que não está distante de nossas fraquezas, mas que se compadece de nós. Ele foi tentado em tudo, mas sem pecado, e por isso é o único que pode nos conduzir à misericórdia plena de Deus.

Irmãos e irmãs, à medida que meditamos sobre o serviço e a humildade exemplificados por Cristo, somos chamados a viver esse ensinamento de forma prática em nosso dia-a-dia.

O exemplo do Servo Sofredor, que carrega nossas culpas com total entrega, convida-nos a imitar esse mesmo espírito em ações concretas. O serviço começa em nossas próprias casas, nas pequenas tarefas e gestos de cuidado, como Jesus que lavou os pés dos discípulos em um ato de humildade. Somos também chamados a estender esse serviço à nossa comunidade, ajudando os pobres, os marginalizados e sendo presença amorosa e atenta para os que sofrem. Somos chamados a servir sem chamar a atenção para nós mesmos.

Que o Espírito Santo nos inspire a agir com compaixão e generosidade, não apenas em grandes gestos, mas nas pequenas escolhas de cada dia, onde o serviço humilde transforma corações e vidas.