Prof. Renato Lopes
Consultor do Setor Universidades – CNBB
A Pastoral Universitária (PU) sabe que um discípulo missionário evangeliza “também procurando enfrentar os diferentes desafios que podem se apresentar”[1] e a Igreja do Brasil, uníssona ao convite do Papa Francisco na Encíclica Laudato Si, nos convida ao cuidado com a Casa Comum que é o “maior presente que Deus nos deu”[2]. Por isso a PU está atenta à Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016. Ela nos convida ao cuidado com a criação e a luta pela Justiça.
É preciso sentir que a “Terra alegre fica triste”[3] quando não é cuidada, ou explorada, poluída e destruída. A CF 2016, além do aspecto ecumênico e ecológico, toca num direito humano fundamental que é o saneamento básico.
“Nossa fé cristã nos impulsiona a sair do comodismo e àconstruir um mundo mais humano e justo”[4]. Assim o CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil nos convida a assumir nossa responsabilidade no cuidado da Casa Comum e aponta o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a Justiça qual riacho que não seca” (Am, 5,24)
Mas como os universitários, professores e funcionários podem “primeirear”[5], tomar a iniciativa neste tema dentro do ambiente de sua IES?
1 – A proposta Ecumênica da CF2016 já aponta o convite de estimular o dialogo e a união de igrejas de diferentes expressões religiosas na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. Neste ponto a PU pode promover espaços de dialogo ecumênico dentro da IES sobre a situação do saneamento básico na região onde esta inserida.
2 – A CF convida à um mapeamento da realidade do saneamento básico em cada município. A PU pode estimular a IES, algum departamentoou professor da área a conduzir o levantamento e apresentar para a comunidade os resultados.
3 – Há um claro convite para promover um consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água. A PU pode estimular uma campanha com todos os envolvidos com a IES sobre como economizar e reutilizar água. Pode dialogar com os gestores da instituição para adotar praticas internas nesta linha estimulando a multiplicação de uma nova postura em relação a agua e a luz ( como é comum ver desperdício de água e luz em algumas IES)
4 – A partir do espaço aberto pela proposta 1 é possível convidar o gestor municipal e apresentar a elaboração e execução dos Planos Municiais de Saneamento Básico (vivendo a lei 11.455 / 2007). A PU pode estimular este tema no debate das eleições Municipais 2016. Pode também trazer para a discussão a vivencia da Política Nacional de Resíduos Solidos( Lei 12.305 / 2010) acabando com os lixões.
5 – A PU pode estimular a IES a organizar um projeto de extensão com foco no treinamento e assessoria de cooperativas e grupos de reciclagem de resíduos sólidos. Reunir professores, alunos e funcionários, que desejem atuar neste projeto, que integrará a “Justiça Ambiental” e a “Justiça Social”.
Aponto assim, que a Igreja do Brasil nos lembra que “Jesus quer que toquemos a miséria humana”[6]. Logo os cristãos que estão na universidade devem aceitar, a partir do tema do saneamento básico, “entrar em contato com a vida concreta dos outros”[7]. Pois a universidade deveassumir um compromisso com a educação para a sustentabilidade.
[1] EG, n.61
[2] CONIC – CF2016, n. 165
[3] CONIC – CF2016, n.28
[4] CONIC – CF2016, n. 31
[5] EG, n.24
[6] DGAE, 2015, n.66



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