O que relembramos hoje? Grande Mistério!
Deus, aquele que não tem pecado, assume a condição humana e, nela, vive as consequências do pecado, que é próprio da humanidade.
Em Jesus, é Deus que sofre, é Deus que morre.
São Gregório Magno nos afirma: “Deus nasce para morrer… mas sua morte será a destruição da nossa morte”. Ele, Deus, assume a condição humana para, nela, destruir sua destruição – a morte – fazendo-a participar da própria vida divina.
Diante de tão grande ato de amor, a própria humanidade lança o desafio ao poder divino, pedindo prova para dar a adesão de fé. “- Se és o filho de Deus, desce da cruz, e creremos em ti” (Lc). Cegos ao ato de amor, querem a manifestação do poder. O próprio ladrão, que com Jesus está sendo condenado, requer a manifestação desse poder para a salvação: “Salva-te a ti mesmo e a nós”. (Lc). Mas aquele que podia se salvar não se salva, para ser solidária com aqueles que precisam de salvação, e não podem se salvar a eles mesmos.
“Deus é amor” (1Jo 4) e nos salva por amor.
Para Deus, Seu poder é amor, e não manifestação do fantástico, do prodígio. Os milagres realizados para com os fracos e doentes que Jesus realizara, eram sinais de Seu maior ato de amor, a doação de si mesmo, de sua vida, nas mãos dos homens, para lhes dar a salvação.
Aquele que é um só como Pai e o Espírito Santo, vive a condição mortal, e, experimentando a nossa morte (perda da vida), devolve ao Pai o Espírito – princípio de vida em Deus – acolhe-o novamente em nossa realidade mortal, comunica-o, assim, a todo homem que, em Cristo, se torna “filho de Deus”, encaminhado à Ressurreição.
Acolhamos o grito de Jesus: “Pai, em vossas mãos entrego o Espírito”, morramos com Ele ao pecado, recebamos o mesmo Espírito, e vivendo, agora, em Deus, vivendo a vida de Deus, ressuscitemos para a Vida Eterna.
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Dom Marco Eugênio Galrão
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia
Fotos: André Machado



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